Com o isolamento social e a pandemia do COVID-19, grandes mudanças têm acontecido em relação ao consumo e ao meio ambiente
*Por Alaíde Colafati
O coronavírus tem se espalhado por todo o mundo. A rotina de muita gente acabou mudando com as restrições dos governos e o início do isolamento social. Aqui no Brasil não foi diferente. Muitas pessoas têm ficado em casa, seguindo as restrições da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Porém, outras têm saído para se encontrar com amigos, dar festas, etc. Ao serem questionadas sobre o conhecimento do risco que correm, a maioria afirma que está seguindo as regras do isolamento, mas, em seguida, se reúnem novamente, como um cardume de peixes.
Mas você sabia que alguns benefícios ao planeta estão sendo gerados por conta da quarentena? Além disso, o mercado tem sofrido com constantes mudanças em relação ao consumo. Confira!
Diminuição na liberação do CO2
Graças a drástica queda no consumo do petróleo por conta do isolamento social em diversos países, menos de um milhão de toneladas de CO2 estão sendo emitidas por dia. A estimativa do portal Carbon Brief é que, se o consumo de carvão diminuir como o de petróleo, a emissão do CO2 deve baixar 7% em todo o mundo.
A meta do Acordo de Paris é de 7,6% de queda na emissão de CO2 em 2020, atenuando, assim, as alterações climáticas. Ou seja, mesmo que o consumo de plástico em materiais descartáveis tenha aumentado graças ao COVID-19, o isolamento auxilia na melhora do meio ambiente e reduz o aquecimento global.
Diferença no consumo do lixo
Com menos pessoas saindo de casa, consequentemente, tivemos uma grande diminuição no número de lixos nas ruas. A queda foi de 55% na cidade de São Paulo, capital do estado com o maior número de casos de coronavírus.
Porém, segundo a prefeitura, o isolamento gerou um aumento de 12% na quantidade de lixo comum. Graças a isso, o índice da reciclagem também subiu, cerca de 25% na primeira quinzena do mês de abril.
Alteração no consumo e na tecnologia
De acordo com um levantamento divulgado pela Kantar Brasil Insights, 78% dos consumidores dizem sair de suas residências para comprar somente o necessário; 71% deixaram de frequentar restaurantes, bares e lanchonetes; 68% não frequentam mais parques e shoppings centers; 27% estão comprando alimentos mais saudáveis; 23% estão trabalhando em casa (home office); 22% têm comprado mais produtos de limpeza e 7% têm pedido entrega de comidas e compras em domicílio (delivery).
Essa pesquisa foi feita pela Internet, com 500 entrevistados acima de 18 anos, entre os dias 13 e 16 de março de 2020. Ela também revela alguns resultados compreensíveis. Dentre os setores mais impactados, o da beleza tem sofrido uma queda no consumo.
Outro dado coerente é o aumento no consumo da televisão. Cerca de 79% das pessoas declararam a preferência pela TV como meio de obter informações. Porém, o consumo em relação à programação mudou. Entre os gêneros com maior audiência, estão os filmes (36%) e o jornalismo (26%). A recepção do público infantil vem crescendo, mostrando um aumento de 17% entre 16 e 20 de março.
Os sites de streaming e PayTV também apresentam um crescimento. Só no Brasil, o número de consumo dessas plataformas e periféricos, como aparelhos de TV e videogames, cresceu 8% apenas no início do mês de março. Sem dúvidas, esse número se tornou maior nesses últimos dias.
Com todas essas mudanças, podemos notar a diferença que o isolamento social tem causado em nossas vidas, devido ao COVID-19. A previsão é que a quarentena continue causando grandes alterações no nosso dia a dia. Por isso, devemos seguir as recomendações do governo e da OMS, fazendo com que o número de casos se estabilize e voltemos, assim, as nossas rotinas novamente.
