Para quem ainda não possui muita familiaridade com o mundo dos investimentos, ao ouvir falar em fundos, é possível que se crie certo preconceito acerca deles por possuírem diversas regras, detalhes e outras especificidades que podem proporcionar certo distanciamento.
No entanto, ao contrário do que possa parecer, trata-se de aplicações que seguem uma lógica bastante simples — muito embora passem por regras rígidas da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) — e, por isso, podem tranquilamente fazer parte de uma carteira de investimentos de sucesso.
Quem nunca pensou em investir em fundos, ou mesmo para quem já é fã desse ativo, vale a pena conferir este artigo para compreender como a lógica funciona e em quais momentos esse investimento pode ser mais vantajoso.
Mas, afinal, o que são fundos de investimentos?
Para facilitar o entendimento de como são os fundos de investimentos, pense apenas em um condomínio: os moradores, por um lado, fazem parte de um todo e cumprem regras para boa convivência. Por outro lado, existem profissionais responsáveis pela parte administrativa, para manter as coisas em pleno e bom funcionamento.
No caso dos fundos, o processo é o mesmo: cada investidor torna-se um cotista e aplica uma parcela proporcional de dinheiro — uma cota; a união de todos esses cotistas é equivalente a um player no mercado. Para cuidar desse novo patrimônio, ou seja, a junção de todas as cotas, existe um gestor que recebe uma taxa de administração, assim como um síndico é pago para manter a ordem no condomínio.
Esses gestores são profissionais da área, normalmente da corretora em que se aplica o dinheiro, e são responsáveis não apenas pela manutenção das cotas, mas, principalmente, pela parte estratégica do processo. Isso significa que eles decidirão onde o patrimônio do fundo vai ser investido, além de acompanhar o desempenho até a data de vencimento.
De acordo com a CVM, são os gestores também que tomam as decisões da carteira, pois existem regras de porcentagem de investimentos que são conhecidas por eles e, por tal motivo, eles possuem maior expertise para tais funções.
Como é a gestão dos fundos?
Ao se deparar com os fundos, uma das primeiras questões é sobre sua gestão. Ainda que um profissional seja responsável pela administração, é uma escolha do investidor optar por uma gestão passiva ou ativa.
A diferença básica entre as duas é que, no primeiro caso, é preciso que os fundos de investimentos repliquem ou acompanhem a rentabilidade de determinado índice de referência; já para a segunda opção, é necessário que o retorno desse índice, também chamado de benchmark, seja superado.
Pela estratégia de gestão ativa ser bastante difícil e um pouco mais arriscada de ser feita, é cobrada dos cotistas uma taxa além da de administração, chamada de performance. Esse tributo é dado por causa do nível maior de experiência exigido e da necessidade de se colocar mais esforço estratégico nesse fundo.
Como escolher o melhor tipo de fundo de investimento?
Para escolher o tipo ideal de fundos, é necessário ter em mente o seu perfil de investidor. Existem ativos que são menos voláteis, ou seja, combinam melhor com perfis mais conservadores; há fundos mais expostos a riscos e, por tal motivo, são mais indicados para perfis mais agressivos.
De todo modo, os fundos funcionam da mesma forma e sob as mesmas regras da CVM. O que realmente vai mudar são os ativos em que se aplica o patrimônio do condomínio e, claro, a estratégia por trás de cada gestor. Por isso, muito embora sejam os profissionais os responsáveis pela inteligência da aplicação, é preciso ter em mente quais são seus objetivos e seu perfil antes de investir.
Os tipos de fundos são os de renda fixa, de ações, cambiais e multimercados, definidos pela
Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). Claramente, dentro de cada classificação existem categorias e subcategorias de acordo com a estratégia.
Isso impacta diretamente na rentabilidade: cada um deles possui uma política própria e um benchmark, claro, mas tudo também depende da gestão do profissional escolhido. É possível se basear no histórico de retorno dos fundos de investimentos, mas não é uma garantia de rendimento idêntico no futuro.
Então, é seguro investir em fundos?
Novamente, a segurança dos é algo que varia de acordo com a aplicação. Fundos de ações, por exemplo, correm risco de mercado, ou seja, a volatilidade influencia de forma direta do retorno do fundo e isso pode comprometer a rentabilidade; já os fundos de renda fixa em que são aplicados no CDB, correm risco de crédito, ou seja, a empresa pode não cumprir com as suas obrigações financeiras.
Fundos de gestão ativa também são mais arriscados por tentarem superar o benchmark. Tudo isso deve ser pensado antes de definir onde aplicar seu dinheiro; lembre-se de sempre considerar seu perfil de investidor e, por consequência, sua maneira de encarar riscos.
Mas não é algo para se preocupar: cada fundo tem CNPJ próprio e é submetido a regras rígidas da CVM. Os fundos também passam por auditorias externas para garantir seu pleno funcionamento. É um investimento que vale a pena, principalmente por aumentar o patrimônio pela junção das cotas — é uma oportunidade de investir em ativos que não seria possível se estivesse por conta própria.
O investimento em fundos é algo um pouco difícil de se entender de início, mas, veja bem, não é nenhum mistério! Assim como qualquer outra aplicação, é preciso apenas estudar e, claro, por em prática.