Segunda, 13 Mai 2024

Desde pequeno sou apaixonado por praia. Encantam-me os movimentos das ondas. Suas disputas pelo mesmo espaço. Aquelas que queriam alcançar o final das areias e não conseguindo retornam como que desanimadas, mais fracas do que as que despontam buscando o mesmo objetivo sem se importar se estão arrastando consigo milhares de grãos de areia ou algas marinhas ou pedaços de pau, restos de arvores que pelas próprias ondas foram arrancados do lugar onde nasceram e cresceram.

Às vezes, como que se preparando para as próximas lutas entre si ou tão somente para mostrar a mim que também têm seu lado de amigas, ficavam calmas me chamando a desfrutar igualmente deste momento.

Brincar nas areias é um sonho. Raras são as crianças que não gostam de correr, pular, fazer buracos e esculturas, e quando crescem jogar futebol, vôlei, raquetes ou simplesmente deitar e ler, ou dormir, ou conversar entremeando todo este desfrute da natureza com intervalos de banhos.

Às vezes um cortava o pé – era um marisco ou concha quebrada. Peixe morto nunca via, a não ser parte se fora comido por um inimigo mais feroz. Óleo algumas vezes aparecia somente onde os navios entravam ou saíam. Infelizmente havia sim, desde então, problemas de águas poluídas quando os emissários não davam conta de tanto esgoto mais comum nas férias. Todos reclamavam da ação dos governos para resolver as questões de despejos domésticos e mesmo industriais. Mas nas praias desertas a natureza era quem mandava.

Fui visitar algumas praias “desertas” neste verão. Poucos turistas chegam de barco onde estive. Não é barato o passeio, logo imagino, portanto, que são pessoas de bom nível econômico. Uma barraquinha aqui outra lá muito distante. Nada agressivo como construção de shopping tomando conta da areia. Caminho pelas águas transparentes e me viro para contemplar o sol. Fico chocado pois ao meu lado, naquela praia de ninguém, vejo uma montanha de garrafas PET, latas e sacos de plástico.

Me dá vontade de chorar, ou de correr ou dizer um palavrão.

Afinal, concluo o óbvio: ninguém pensa no próximo. No próximo turista, no próximo a sentar no restaurante, no próximo a tomar banho ou usar o toilete, no próximo no trânsito ou na fila de self service, no vizinho para onde um varre seu lixo. O brasileiro não sabe definitivamente o que é transcendência. Fazer algo para o outro, confiar no outro. Em tudo e sempre cada um espera que o governo entre e corrija tudo. Vicio antigo que continua, infelizmente.

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