Segunda, 13 Mai 2024

Os dados compilados pela consultoria internacional Price (PwC) mostram que o custo de manufatura de um automóvel compacto no Brasil é de US$ 1,4 mil enquanto que no México é de US$ 0,6 mil e na China de US$ 400 por cada unidade. Descontado o choro do mercado exportador que desejaria um dólar a dois reais, para que houvesse competitividade internacional (isto é, mais uma desvalorização do real em aproximadamente 10%), ainda teríamos um custo de produção dobrado em relação aos outros competidores globais. Quando se compara os tempos de produção, a relação também é de gasto dobrado no Brasil.


Produção local é protegida, mas de pouca eficiência

Recentemente, o governo aumentou o IPI dos carros importados que estivessem fora das regras de fábrica local, ou acordo bilateral, em mais 20 pontos percentuais, para conter a invasão de importados, quando um dólar era igual a R$ 1,50. Se a gente considerar que além dessa proteção extra de IPI ainda há que se contar com o custo logístico de transporte, seguro, estocagem e, além disso, pagar imposto de importação não desprezível, teremos um quadro de superproteção à indústria local – que aliás só é composta de empresas globais que bem sabem como produzir com baixo custo em outros países. Acho isto correto do ponto de vista de apoiar as indústrias locais. Porém, de eficácia não duradoura, caso não se mexa no cerne da questão: a produtividade.

O ganho de produtividade passa por uma difícil mudança de cultura (ou de postura) generalizada, e de um incremento substancial de educação e de trabalho ético. Isto, porém, só se conseguirá com exemplos desde o topo da pirâmide, quer privada , quer pública.

Chegar sempre atrasado, falta de atenção ao trabalho, desperdiçar tempo falando abobrinhas no expediente, não buscar aprimorar o serviço para o bem comum, nunca pensar em planejamento em longo prazo mas só reagir as intempéries e, principalmente, só pensar em benefícios para si próprio e não transcender, nos conduz ao caminho da falta de competitividade internacional. Isto, a longo prazo, vai levar à extinção de muitas empresas e perda de milhares de postos de trabalho.

Além disso, leis e normas que causam custos que não acrescentam valor à cadeia produtiva precisam ser mudadas já. A cobrança de impostos em cada emissão de nota fiscal dentro da cadeia de suprimentos é um exemplo. Impostos pagos na compra de matéria prima são compensados nas vendas dos produtos sim, mas é necessário administrar todo esse processo e especialmente para os exportadores ainda é preciso buscar os créditos parados ou vende-los com deságio.

Agora o governo lança mais um pacote de bondades para alguns segmentos. Mais uma vez apenas reage e não faz um plano estratégico industrial consistente. Mesmo assim pode ser que algumas empresas tenham surpresas no “contas a pagar” ao verificarem que pagar 1% a 2% sobre a receita bruta sai mais caro que 20% sobre a folha salarial para o seguro social, agora suspenso.

Quem sobreviver verá.

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