Nesta semana, um amigo meu retornou dos Estados Unidos, onde trabalhou em uma equipe de pesquisa. Passou apenas seis meses por lá. Não foram os preços mais baratos, em quase tudo, o que uma família precisa - moradia, vestuário, alimentação, diversão -que mais chamou sua atenção. Foi o respeito que todos tinham pela sua opinião em qualquer reunião onde participou. Ele não só se sentiu prestigiado como isto o estimulou a se dedicar ainda mais aos seus estudos.
O mesmo sentimento teve uma médica conhecida minha, que foi estagiar em um hospital famoso de lá. Ela participava da equipe de um dos mais reconhecidos médicos do mundo na sua especialidade. Para surpresa dela, a cada caso que era discutido em equipe, com a presença ou não do chefão, sempre pediam sua opinião. Ela me contou que algumas vezes sua opinião prevalecia como a mais adequada.
Havia o respeito pelo profissional, pela pessoa, por suas opiniões, mesmo que contrárias as dos demais.
Ambos perceberam que assim se tem a possibilidade de crescimento. Um num ambiente político econômico outro num ambiente hospitalar –médico.
Qual foi o choque de ambos quando retornaram ao Brasil e sofreram as mesmas repulsas de chefes e colegas, como acontecia antes de viajarem, às suas idéias aos seus comentários. Quão raras eram as oportunidades de discutirem temas importantes. Como a posição de chefe prevalecia mesmo que com decisão errada. Ratificaram que há um medo constante das pessoas de serem suplantadas por outras mais capazes, ao invés de tomarem para perto de si os melhores e com eles crescerem juntos.
Isto não está acontecendo isoladamente. Parece-me que é epidêmico. Mandar os melhores embora e contratar gente mais barata, mas pior, é a regra.
A competitividade local ou internacional, em qualquer campo, mas especialmente no das pesquisas se obtém quando se aumenta a produtividade com qualidade. Infelizmente não é o que se vê por aqui. Quem quiser conferir basta ver o numero de patentes requeridas por ano aqui e por lá.
Acredito que o treinamento mais urgente que nossos lideres públicos e privados deveriam fazer é o de ter respeito pela opinião dos outros e refletir sobre elas. O segundo treinamento deveria ser o de saber trabalhar em grupo.