Segunda, 13 Mai 2024

O filme “As Aventuras do Barão de Munchausen" atrai multidões. Este foi o título de uma reportagem de Nova Iorque, de 12 de março de 1989.

 

Munchausen existiu. Foi oficial da cavalaria a serviço de Frederico, o Grande (aliado da Rússia em campanhas contra a Suécia e a Turquia, conhecida na época como o traiçoeiro Império Romano) e após anos nos campos de batalha teve uma velhice tranquila em Bodenwerder, na Alemanha, contando suas aventuras na guerra.

 

Só que exagerava em tudo e com isto tornou-se o maior mentiroso do mundo. Como tantos mentirosos, Munchausen tinha imaginação prodigiosa e assim falava de como tinha sido soprado até a Lua por um furacão e como havia se tornado íntimo de Vulcano e da deusa do amor Vênus nas profundezas do Monte Etna; ou então de como havia aterrissado na barriga de um enorme monstro marinho, que já tinha engolido navios de todas as nações.

 

Suas histórias foram colocadas em livro, com o mesmo título do filme, que foi grande sucesso de vendas mundo afora.

 

Parece interessante a análise da personalidade de um grande mentiroso. Para ele, a mentira não tem pernas curtas, como diz o ditado popular, mas, ao contrário, seus tentáculos se espalham e crescem infinitamente.

 

Uma mentira puxa outra, que dá sustentação à anterior e assim sucessivamente. O pior: o grande mentiroso, entrando nas suas próprias mentiras, acaba acreditando que aquilo deva ser a verdade.

 

De forma análoga, aquilo que seria errado dentro de critérios comuns, razoáveis, de um ser humano que vive em sociedade, passa a ser – aos olhos desse mentiroso – o certo, o adequado.

 

Também curioso é o fato de que a mentira, o errado, o mal, atraiam multidões. Tanto faz se a obra resultante é cômica ou trágica. A atração é geral e fatal.

 

Creio que essas máximas estão sendo consagradas em nosso Senado e, porque não, em nossa Câmara de Deputados.

 

Uma mentira puxa outra. Uma ação inidônea puxa outra. E de puxa em puxa parece que todos se envolvem. Não se pode esperar qualquer solução ética?

 

Vejamos o que é ético. Segundo a definição na Wikipédia, tem-se:

“A palavra Ética é originada do grego ethos, que significa modo de ser, caráter. Através do latim mos (ou no plural mores), que significa costumes, derivou-se a palavra moral. Em Filosofia, Ética significa o que é bom para o indivíduo e para a sociedade, e seu estudo contribui para estabelecer a natureza de deveres no relacionamento indivíduo - sociedade.

Define-se Moral como um conjunto de normas, princípios, preceitos, costumes, valores que norteiam o comportamento do indivíduo no seu grupo social. Moral e ética não devem ser confundidos: enquanto a moral é normativa, a ética é teórica e busca explicar e justificar os costumes de uma determinada sociedade...”

Assim podemos refletir que:

1- Da definição de moral acima pode-se concluir que num ambiente onde todos (ou a maioria) de um grupo social sejam mentirosos, a mentira deve ser moralmente correta. Portanto se nossos senadores, aos nossos olhos,  fantasiam seus atos para explicá-los à Nação, porém não seriam fantasias dentro do seu ciclo social. Não vou gastar o tempo relembrando uma infinidade de vezes em que isso ocorreu nos últimos tempos.

É por isso que não há penalidade e todos rimos quando eles dizem que vão instruir uma CPI disso ou daquilo. Falamos muito disso tudo. Discutimos em bares e restaurantes. Nas rodas de amigos, ou nem tanto, é tema fundamental de debates. Nos elevadores, já substituímos a frase “está frio (ou quente) hoje , né?”.  Enfim, isso nos atrai, e muito.  Mas como iremos conseguir mudar isso?

A primeira coisa é colocar o Senado representando exatamente a população, a sociedade maior. Assim não se poderia ter um senador eleito com menos votos do que a população de Santos, por exemplo, com o mesmo peso representativo de um senador eleito por todo o Estado de São Paulo. Além disso, ser ele quem escolhe seu substituto, quando de sua ausência por qualquer motivo, é uma vergonha. Isso realmente configura a criação de uma sociedade autônoma e não representativa.

2 - Da definição de ética acima - o que é bom para o indivíduo é bom para sociedade- coloca em cheque tambem a razão de ser do Senado e como ele está sendo conduzido hoje. Entende-se por indivíduo nessa frase não o eu mas o ele. Dessa forma o que nossos senadores deveriam fazer é chegar até o limite do sacrifício, se necessário, para que, eticamente, estivessem a serviço da sociedade.

No entanto, parece que a interpretação de indivíduo e de sociedade, dentro dessa casa, se transmutou para o eu e minha sociedade autônoma.

Deveríamos utilizar o voto para mudar tudo isso. Mas infelizmente somos um povo apático quanto à política e os partidos não apresentam atrativos maiores.

Enquanto isso, eles mandam e desmandam como os antigos donos de fazenda.

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