Terça, 14 Mai 2024

O que têm em comum?

- uma senhora que está grávida

- uma senhora que sofre de labirintite

- um senhor que tem dores na coluna

- alguém com enxaqueca

- uma senhora que sofre de osteoporose

- um motorista saudável de caminhão

- um motorista saudável de táxi

- um motoqueiro apressado

 

A resposta é simples. Nenhum deles consegue andar de carro ou moto nas ruas das cidades brasileiras, sem grande sofrimento e por vezes sem correr risco de morte ou de forte acidente.

 

Isso parece algum tipo de brincadeira, mas não é. Ao contrário, é muito sério. É sério porquanto aponta para a total falta de preocupação com o bem-estar do próximo.

 

Com o título “Nas ruas de SP, 72 buracos por hora”, o jornal O estado de São Paulo, de 28 de fevereiro 2009, aponta o que acontece nas ruas da cidade de São Paulo, mas que pode ser considerado padrão para todas as ruas, de todas as cidades do Brasil, assim como para as suas estradas. A prefeitura diz que esse número indica que houve melhora.

 

Por que temos tantos buracos nas ruas e estradas? A desculpa maior é que as chuvas estragam tudo. O que não é mentira, mas é um exagero.

 

Na maioria dos países também chove muito e há estradas e ruas em perfeito estado de conservação.

 

A segunda desculpa é que o trânsito é muito intenso e isso estraga o pavimento. O que também não é mentira, mas é fácil ver que ruas com trânsitos semelhantes têm situações diferentes. Basta sair da avenida (em mal estado), que dá acesso a rodovia dos imigrantes, e compará-la com a própria estrada para verificar a brutal diferença, mesmo sabendo que não há qualquer diferença de volume de tráfego ou peso das cargas.

 

O peso das cargas é trazido como uma terceira culpada pelos buracos que aparecem diariamente. É bem provável que isso acontece com grande frequência, por falta de capacidade das autoridades em punir severamente os infratores dando exemplo a todos.

 

Como podem as ruas e estradas da Alemanha ou da Itália, ou ainda no México, ou na Argentina, com todo o tráfego que por elas passa, com neve no inverno, calor alto no verão, chuvas e períodos de seca não chegarem nem perto do número de buracos que nos temos por aqui?

 

A resposta é simples. O meio em que construímos nossas ruas é tecnicamente de baixa qualidade. O material que é usado para confeccioná-las é de baixa qualidade. A forma como são trabalhados os materiais é de baixa qualidade. Os buracos são cobertos como remendos de roupa velha, sem qualquer preocupação com a qualidade. Não há uma única rua que se possa dizer ser plana ou sem calombos. Não há um só ex-buraco que não vire uma pequena elevação. Não há qualquer buraco que não venha a ter, em curto espaço de tempo, um buraco vizinho. Não há buraco, por mais importante que seja, não tenha que esperar a fila dos consertos.

 

Como consequência, nossos carros sofrem maior desgaste, forçando-nos a gastar mais dinheiro do que deveríamos para consertá-los. O trânsito piora porque não é possível desenvolver uma velocidade maior por conta dos buracos ou das elevações, após conserto.

 

Apenas como curiosidade. Estava um dia andando no centro da cidade de Dusseldorf, na Alemanha, quando vi um carro de polícia parado, com todas as luzes acessas para indicar que ali havia nascido um buraco. Isso é ter preocupação com o bem-estar dos outros e não apenas consertar mais um buraco enquanto nascem dois outros.

 

Chego a pensar que os buracos aqui são feitos pela oposição política. E como oposição sempre existe, os buracos assim continuarão a existir.

 

Quanto combustível nós desperdiçamos em função dos buracos? Quanto atrasam as nossas mercadorias em função dos buracos? Qual o custo logístico adicional que sofremos em razão do tempo a mais gasto por conta dos buracos ou dos calombos, assim como pelos custos de maiores manutenções dos veículos?

 

Acho que para ser lógico, os governos estaduais e municipais deveriam não cobrar mais o IPVA com a chancela de que é o imposto que permite rodar com os veículos, mas sim o IPCB, que seria o Imposto de Permissão para Cair nos Buracos.

 

Agora que os governos começam a arrecadar menos devido a crise internacional e nacional, programas de segunda linha, como tapar buracos fica relegado a segundo plano. Não há como tampar o buraco da falta de grana.

 

Se ao invés disso, tivessem tanto o governo como as empresas construído ruas corretamente, planejado esse trabalho adequadamente, provavelmente teríamos menos ruas asfaltadas, o que acho duvidoso, mas aquelas que o fossem estriam em bom estado.

 

O que falta é qualidade em tudo.

 

Muitos acham que baixando a qualidade ganham mais, e isso é uma verdade, mas e o custo dos outros milhares que vão ter de suportar a baixa qualidade?

 

É preciso se pensar em mudar os valores. Nada de remendo de valores, mas sim algo profundo.

Curta, comente e compartilhe!
Pin It
0
0
0
s2sdefault
powered by social2s

 

banner logistica e conhecimento portogente 2

EVP - Cursos online grátis
seta menuhome

Portopédia
seta menuhome

E-book
seta menuhome

Dragagem
seta menuhome

TCCs
seta menuhome
 
logo feira global20192
Negócios e Oportunidades    
imagem feira global home
Áreas Portuárias
seta menuhome

Comunidades Portuárias
seta menuhome

Condomínios Logísticos
seta menuhome

WebSummits
seta menuhome