Terça, 14 Mai 2024

Carnaval é época de alegria, de pular nas ruas ou nos bailes, de extravasar, de esquecer os problemas de todos os 12 meses anteriores e querer só se divertir.

 

Homens se vestem de mulher, de cowboy, de superherói. Mulheres viram fadas, bruxas. Às vezes basta apenas uma máscara para se transformar em alguém imaginário, mágico.

 

Entretanto, o carnaval deste presente ano não poderá ser comemorado por muitos brasileiros e não brasileiros. Não porque falte a vontade de se transformar, mas por medo. Medo de gastar alguns reais que podem vir a faltar logo e aí o arrependimento seria muito dolorido.

 

Falo de todos aqueles que perderam seus empregos na onda de demissões que corre o país e de muitos que por sentirem a ameaça da falta de trabalho também não se aventuram.

 

Não há seleção de tamanho de empresa. Todos foram afetados. Todavia quando uma grande empresa toma a decisão de reduzir seu quadro de funcionários o impacto na mídia é maior. Muitos dos despedidos então são vizinhos, amigos ou parentes, o que torna o stress social.

 

Nós, que estamos distantes dos tomadores de decisão das empresas, reclamamos, xingamos, chamamos os dirigentes de incessíveis  para com a sociedade. Reclamamos do liberalismo.

 

Nesse momento me lembro do Antonio, um conhecido. Durante um debate sobre finanças, mais especificamente sobre o papel do lucro nas empresas, Antonio olha para mim e diz: “eu trabalho em uma empresa sem fins lucrativos, portanto eu e os outros diretores não buscamos obter lucro para a nossa empresa”.

 

Fui obrigado a contestá-lo. Há uma grande diferença entre não ter lucro e ter prejuízo. O lucro pode ser qualquer número maior do que zero, enquanto prejuízo pode ser qualquer número negativo. Entre esses dois resultados há o zero, sem ganhos e sem perdas.

 

Perguntei a ele se seria interessante que sua empresa crescesse e pudesse ser mais atuante no seu serviço. Ele me disse que sim. Perguntei a ele se os funcionários novos precisariam de mesa e computador. Ele novamente disse que si. Então, como você vai comprar a mesa, o computador se não tiver lucro? Ou, sem ter lucro como uma empresa poderá cobrir algum momento de falta de recursos ordinários?

 

Não cuidando para que a empresa tenha lucro, por menor que ele seja não há recursos para novos investimentos. Pior tendo prejuízo continuamente quem cobre as despesas da empresa, em particular os salários e impostos?

 

Portanto, o lucro é algo essencial. Quando vejo milhares de trabalhadores sendo despedidos, fico também pensando nos dirigentes das empresas e nos acionistas. Nenhum bom dirigente gosta de mandar seus funcionários embora. Ele sabe o quanto custa contratar, treinar, investir numa pessoa para perdê-la depois.

 

Nenhum acionista gosta de ver sua empresa perder produção, ter prejuízo. Ele sabe que prejuízos são difíceis de serem cobertos num mundo competitivo onde o mercado determina o preço.

 

A redução de demanda por conta de mercado temeroso obriga a que muitos dirigentes, a contra gosto, tomem a decisão de despedir seus funcionários. É preciso manter algum lucro ou, no mínimo, não criar prejuízo para ser coberto num futuro inserto.

 

E o grande lucro dos últimos anos? Questionam muitos. Parte, com certeza, foi para as mãos dos acionistas. Parte foi para novos investimentos, ou continua indo na forma de empréstimos assumidos. Parte se mantém no caixa para cobrir incertezas no futuro.

 

Entretanto o que se espera é que todas as outras medidas de contenção de despesas tenham sido já tomadas.

 

Há maus exemplos, como dos presidentes da General Motors e da Ford, que tomaram um jatinho particular para ir até Washington pedir dinheiro para cobrir os rombos em suas empresas.

 

Mas não só de grandes maus gastos as empresas devem se livrar primeiro. Basta lembrar o exemplo no filme de madre Teresa de Calcutá. Ela solicitava dinheiro para suas obras. Foi então convidada a ir a uma reunião onde lhe foi dito que nada seria possível doar, pois na empresa tinham muitos gastos e não sobrava dinheiro. Ao agradecer Madre Teresa olhou para a mesa de reunião cheia de garrafas de água importada Don Perrier e perguntou: quanto custa cada garrafa?

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