Terça, 14 Mai 2024

Há algumas semanas, assisti a um filme francês que tratava do assunto amizade. O protagonista, cheio de poder e com recursos financeiros, vivia rodeado de pessoas. Foi, então, questionado quem era seu maior amigo e se ele tinha realmente alguém que pudesse chamar de amigo. Pensou um bocado e propôs apresentá-lo mais tarde. Foi então atrás de seus conhecidos e, de um em um, descobriu que realmente não tinha amigos. Desesperado com a descoberta, começou sua incansável busca por uma amizade sincera.

 Foto: www.oglobo.globo.com 

Algo semelhante se passou em nossa política semana passada. Aquela que se poderia dizer realmente petista, isto é, amiga do chefe, se foi. Se foi porque não tinha apoio do chefe, do amigo. Mas que amigo é esse que não se sacrifica pelo outro? Pior, negócios à parte, essa era a única peça que se mantinha intocável moralmente, que não participava de tramóias, que era respeitada, aqui e algures.

 

Ela lutava, e muito, contra uma trupe desenvolvimentista. O grande problema é que esse grupo é expansionista. Ninguém, em sã consciência, pode ser contra o desenvolvimento.

 

Há, porém, tanto a se fazer que não estragaria o meio ambiente, ou que talvez até o ajudasse a se recuperar de maus tratos passados.

 

Quando, no ano passado, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) anunciou que a devastação da floresta amazônica estava declinando, o governo aplaudiu e tomou essa bandeira para demonstrar ao mundo o seu melhor rumo. Nesse ano, quando o Instituto diz que a derrubada de árvores aumentou, ele está errado e a ministra, que vivia brigando com os malfeitores da ecologia, perdeu ainda mais seu parco apoio regimental.

 

É de se lastimar que qualquer que seja o governo ninguém pense em desenvolvimento para a região Nordeste. A lei do menor esforço prevalece: é mais facil derrubar e usar o terreno que já está adubado pela natureza, do que ajudar a natureza a se erguer. E o que faz o Governo? Assiste a tudo e, para variar, não se compromete.

 

Quando algum amigo chama para si a responabilidade, é colocado em banho Maria (alias de hoje em diante  everiamos mudar para "banho Marina", quando demorar mais para cozinhar). Agora, aparece o ministro substituto, um convidado, e diz que precisa das Forças Armadas para tomar conta das florestas, em especial da Amazônia. Mas isso não vai dar certo porque a demarcação de áreas contínuas para reserva indígena impede essa ação com eficiência, segundo o próprio Exército, o que contraria o ministro da Justiça, pela "justeza", ao seu ponto de vista dessa medida.

 

Mas deixa que o senhor Mangabeira vai dar um jeito. Dar um jeito desde o seu ministério sem pasta até o futuro da Amazônia. Também tem o ministro da Agricultura que diz que vai plantar e pronto, e o da Indústria e Comércio Exterior que diz que vai produzir e pronto, tudo na Amazônia.

 

Nesse embrolho administrativo e político, quem perde é o Brasil.

Vis a vis é o que se vê na logística, onde há varios ministros cuidando de assuntos que, no minimo, deveriam estar entrelaçados. Mas qual cada um cuida do seu pedaço, tentando ganhar mais pontos com o chefe e continuar seu “amigo”.

 

Aliás, é interessante esse negócio de amigo e de inimigo. Quando tudo indica que a oposição recupera as forças e realmente vai trabalhar contra seu inimigo, é a propria oposição que, pela incompetência política, entrega o ouro ao bandido. Me parece mais coisa de pseudo-amigo, como no caso do filme francês.

 

Todas essas amizades evaporam quando o poder de comprá-las se esvai. Nos resta pensar que aos trancos e barrancos a vida anda.

 

Me lembro de uma palestra do sr. Delfim Netto, enquanto ministro, quando afirmou a um grande numero de empresários que tinha recebido elogios sobre o governo durante o mês anterior, mas que ele lamentava porque o governo, exatamente nesse período, estava parado por greves diversas internas. Isto mostra que o governo que não atrapalha, já muito ajuda.

 

Assim nosso País vai andando.

 

Poderíamos esperar que esse novo ministro virasse a sua metralhadora para o deserto e tentasse lá criar desenvolvimento. Desde a década de 70, existem estudos nas universidades do Nordeste, em especial na Paraiba, de como transformar a região.

 

Esses estudos, feitos por gente séria, deveriam ser recuperados na memória e avaliadas as suas possibilidades reais de uso. Mas o problema é sempre e unicamente ganhar a próxima eleição.

 

É por essa e outras razões mais conhecidas como eficiência e eficácia, que a iniciativa privada se vira e ainda é capaz que algum dia investa no Nordeste, tirando água da areia.

 

Caso nem governo nem iniciativa privada brasileira se dignem a fazer esse serviço, corre-se o risco de ver grande parte do Brasil sendo comprado por investidores ou por fundos de pensão internacionais, como acontece com a Patagônia Argentina.

 

Alem de desenvolvimentista, uma ação efetiva sobre o Nordeste poderia ser de grande valia (ou de mais valia apenas para lembrar o original) também no que diz respeito ao meio ambiente e, consequentemente, à população nordestina.

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