Terça, 14 Mai 2024

Mais uma vez a sorte brilha para nosso lado. Os governos da Europa e dos Estados Unidos têm mantido os países em desenvolvimento o mais longe possível de seus mercados de alimentos, particularmente o Brasil.

 

Assim, nossa carne é sobretaxada, quando não tem sua qualidade colocada em dúvida, mais por razões políticas do que por qualidade. Não estou aqui defendendo aqueles que não mantêm sua produção em padrões internacionais de qualidade. Esses deveriam ser tratados com firmeza pelo governo e enquadrados nos rigores exigidos. Assim como nosso suco de laranja é sobretaxado para entrar nos lares americanos, principalmente.

 

Essa cadeia protetiva tem como origem a preservação de viabilidade dos produtores dessas regiões, que com os subsídios se mantêm em alto padrão de vida.

 

Não há interesse na busca de sua competitividade, mesmo porque as terras de lá não são tão abençoadas como as de cá. Onde se conseguiria duas colheitas por ano, de um mesmo produto, na Europa?

 

Por outro lado, os europeus, principalmente, descobriram o valor da terra e usam cada centímetro quadrado disponível para plantar. Aqui, com toda a abundância, não percebemos ainda que em se plantando corretamente tudo dá, e em dobro.

Mesmo assim, somos campeões em muitos produtos e seríamos mais se não houvesse a proteção nos mercados citados.

 

Mas quem diria! A evolução fantástica da China, fomentada pelos mercados globais, a melhoria da qualidade de vida da Índia, o crescimento da Rússia, do México e de diversos outros países menores, trouxeram a esse mercado da comida mais bocas, com mais dinheiro, mais famintas de muitas coisas, e por coisas novas.

 

Concomitantemente, os amigos, donos do petróleo, no qual estaremos em breve inseridos, escalaram as montanhas do preço desse produto com valorização maior que 120% em poucos anos, acabando com a farra do frete barato, passando esse a ser um componente classe A dos custos dos produtos.

 

Comida, não tem jeito, trabalha no varejo fortemente, precisa ser bem distribuída. Logo o frete impacta. A equação de duas variáveis, mais gente e frete mais caro, apresenta como conseqüência comida mais cara. Como a distribuição de renda no mundo e em cada região e país não é equilibrada, sofrem mais os mais pobres.

 

Podem alguns defensores do capitalismo selvagem argumentar que essas bocas menos favorecidas, por conta dos preços mais altos, comerão menos, voltando a equilibrar a relação oferta–demanda.

 

Em primeiro lugar, isso seria (ou é) execução em massa, como se observa em diversos países da África. Depois, o que se vê é que os países desenvolvidos, em especial os Estados Unidos, apresentam altos índices de obesidade na sua população, isto é, muitos gordos e esses com muita gordura, conseqüência do muito que comem.

 

Assim, a primeira medida dos países mais ricos seria fazer uma campanha para que a população coma menos. Logo, além dessa proposta oferecer melhor qualidade de vida para muita gente, talvez ajude a melhorar a relação da oferta e procura.

 

Caso os países desenvolvidos vejam, finalmente, que a manutenção de barreiras é prejudicial para todos, talvez possamos, mais uma vez, sair no lucro.

 

Mas para que isso não fique apenas nos moldes triviais do modelo expansionista, será necessário também aqui, criar a cultura de evitar o desperdício, e do aproveitamento máximo da terra, sem danificá-la.

 

Dentro ainda desse quadro pode-se afirmar que não é, ainda, o nosso álcool que está induzindo ao aumento dos preços das commodities. Mas se não cuidarmos de não abusar da terra pode ser que num futuro próximo isso venha a ocorrer.

 

Hoje estamos sendo criticados por três motivos:

 

·              Sabemos fazer álcool melhor e mais barato que todos os outros (aliás, há mais de 30 anos há pesquisas a respeito);

·              Temos mais terra agriculturável do que os outros; e

·              Somos mais produtivos nessa cultura que os outros.

 

Assim é de se esperar que os outros chiem. Precisamos devolver essas provocações com respostas adequadas, e não aceitar simplesmente que eles continuem proibindo nossos produtos de entrar competitivamente em seus mercados.

 

Imaginem se um dia a gente consegue transformar o sertão em local produtivo! Vamos ganhar todas as competições mundiais de alimentação.

 

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* Tudo pelo lucro

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