Terça, 14 Mai 2024

O novo “presidente” de Cuba, Raul Castro, divulgou nessa semana que os funcionários estatais serão pagos de acordo com a sua produtividade. Considerando que a maioria dos empregados nesse país são funcionários do governo, pode-se imaginar que estamos diante de uma nova revolução cubana. Esta, diferente da anterior que foi feita com base em armas, está indicando que será feita com base em trabalho e eficiência.

 

Cai o Welfare State e sobe a competitividade. Cai a preguiça e sobe a produtividade. Desde os tempos da poderosa União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) se sabe que a igualdade de tratamento para pessoas desiguais é uma via para o desencanto e para a vagabundagem.

 

Lembro de uma conversa com uma dedicada colega professora Rumena, antes da Perestroika, que me dizia que ao fim do mês não conseguia comprar um casaco para usar no rigoroso inverno. Dizia que trabalhava com mais disposição e mais afinco que outros milhares de funcionários públicos. Mas no final ganhava o mesmo. Produtividade era palavra desconhecida desse governo.

 

A decisão adotada em Cuba, por isso, pode ser exemplar não somente porque quebra uma filosofia de governo, mas, principalmente, é mais audaciosa que a relação existente em muitos paises, inclusive no nosso.

 

O estranho é que se lê que esse era um desejo antigo da população da ilha caribenha. Ou seja, nem eles mesmos, depois de muitos anos desse regime de trabalho e remuneração inadequados, agüentavam mais serem “igualizados” sendo diferentes. Poderia se dizer que esse deve ser um case social muito interessante a ser analisado pelos sociólogos e pelos psicólogos.

 

No Brasil, temos milhares de funcionários públicos. A maioria ganhando salário baixo. Outros tantos ganham muito, mesmo se comparados aos seus pares da iniciativa privada. No entanto, em ambos os grupos, pouco se enxerga de ganho de produtividade e de responsabilidade social. Falta o estabelecimento de metas e o conseqüente controle dos serviços.

 

A greve dos funcionários auditores fiscais, que está causando enorme prejuízo à nação, como um todo, e a muitas empresas privadas, tem se arrastado sem solução. E o que reivindicam esses funcionários? Mais salário. No entanto, são eles pertencentes ao grupo que já tem altos salários. Querem mais. Qual a contrapartida em produtividade que eles oferecem?

 

Também nessa semana li que o Governo do Estado de São Paulo irá cortar os pontos dos professores faltantes. Para que um governo que, sabidamente não tem um grande sistema de controle, tenha chegado a essa decisão, se pode imaginar o tamanho da bagunça.

 

Não só no desleixo dos funcionários reside o problema da produtividade. Qualquer processo tem como entradas: o capital humano, o capital financeiro – traduzido em máquinas, equipamentos, local de trabalho- e as matérias-primas, quando existirem,  além da tecnologia utilizada.

 

A maioria dos serviços públicos tem processos obsoletos, mesmo quando introduzem os computadores. Os funcionários são mal treinados e não têm qualquer cobrança sobre sua produtividade.

 

A demanda por serviços públicos tem apresentado crescente demanda, observada pelo crescimento da população. Como conseqüência de maior demanda e pouca eficiência há necessidade de mais contratações.

 

Logo cresce o bolo das despesas de custeio e o recheio fica ainda mais preguiçoso. Mais gente tendo a impressão de que não precisa trabalhar direito porque há mais gente para trabalhar.

 

Os governos, quer na esfera federal quer nas esferas estadual ou municipal, precisam de choques de gestão.

 

Estimo que se forem aplicados novos modelos de gestão haverá muita reclamação; sindicatos que promoverão greves ou operações padrão, porque não lhes agrada a idéia de trabalhar mais e melhor.

 

Essa questão passa obrigatoriamente pela falta de educação e cultura de muitos. Talvez tenha sido esse o bom legado de Castro. Deu educação a todos e com isso a própria população percebeu que os processos estavam errados.

 

Ou será que essa população sofreu tanto que agora percebe as coisas erradas, já sem as ilusões de inicio de revolução?

 

Os nossos governos deveriam fazer fila na porta do senhor Raul para saber como ele fez isso e como pretende administrar esse novo processo.

 

Tenho certeza que para nos seria muito mais vantajosa essa visita do que aquelas feitas com lágrimas nos olhos ao velho ditador velho.

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