Terça, 14 Mai 2024

Michael Porter, em seu livro Competição on Competition, afirma que “a prosperidade nacional não é algo herdado, mas sim o produto do esforço criativo humano”.

 

Continua ele dizendo que “a competitividade de um país depende da capacidade da sua indústria (aqui no contexto amplo de empresa) de inovar e melhorar. As empresas conquistam uma posição de vantagem em relação aos melhores competidores do mundo em razão das pressões e dos desafios. Elas se beneficiam de uma base de fornecedores nacionais agressivos e de clientes locais exigentes”.

 

A competitividade não vem de fenômenos macroeconômicos, como: taxa de câmbio, taxas de juros, etc.

 

A competitividade não vem apenas de mão-de-obra barata, senão os países da Europa não seriam competitivos.

 

A competitividade não vem somente da abundância de recursos naturais, senão como o Japão é competitivo?

 

A competitividade não vem da idade de um país, senão como USA são competitivos?

 

A competitividade não vem apenas de intervenções governamentais como querem os adeptos do protecionismo dos governos.

 

O conceito significativo de competitividade, em termos nacionais, é o da produtividade. “O padrão de vida de um país depende da capacidade de suas empresas de atingir altos níveis de produtividade”. (M. Porter)

 

Uma das vantagens competitivas se conquista com a inovação quer em produtos quer em processos de produzi-los, coisas que são, hoje em dia, facilmente copiáveis. A manutenção da competitividade se dá com melhorias constantes.

 

Eliyahu Goldratt, autor do livro a Meta, define produtividade como a relação entre entrada de recursos numa empresa (Receita) dividida pela saída de recursos da empresa (despesas em geral).

 

Pode-se definir a competitividade como a capacidade produtiva em constante processo de melhora, isto é, com melhora de qualidade, com melhora dos recursos ofertados (features disponíveis), mas principalmente com uma relação crescente das entradas de recursos sobre as saídas de recursos.

 

Com essa modelagem de competitividade vamos analisar algumas variáveis do eterno país do futuro, que dizem respeito à produtividade:

 

1. A falta de comprometimento com o tempo

Parece que virou uma mania nacional, com ares até de coisa chique, por exemplo em casamentos, que as pessoas cheguem atrasadas a todo e qualquer compromisso.

 

Numa sociedade just in time em que vivemos o conceito do Toyotismo se faz presente no mundo todo, isto é, que se deve eliminar ou reduzir ao mínimo possível todas as perdas. Deve-se incluir aí as perdas de tempo que, de alguma forma, custam para as empresas. Por exemplo. Se numa reunião de dez pessoas, uma chegar atrasada em 15 minutos tem-se 135 minutos perdidos dos que chegaram no horário, ou pouco mais de duas horas-homem perdidas.

 

Essas perdas de tempo não só produzem um efeito imediato de custos como também implicam na necessidade de cada um permanecer mais tempo em seu trabalho, para dar conta de tudo o que tem de ser feito no dia.

 

Esse caso é apenas um entre outros, como o tempo do café, do almoço, etc, sem contar que a produtividade despenca quando, durante o expediente, ao invés de se concentrar no trabalho, se discute futebol, ou outra paixão nacional.

 

Também nas salas de aula, em todo o País, horários de entrada e intervalos não são respeitados. Novamente, para se ter uma idéia do prejuízo, basta imaginar um atraso de 10 minutos sobre uma aula dupla padrão de 110 minutos, o que significa pouco mais de 9% de perda. Para compensar esse percentual uma faculdade de 10 semestres deveria ter um semestre a mais no curso. Desculpas conhecidas como “essa chuva atrapalha tudo”, ou “ “esse trânsito esta cada dia pior “ não são justificativas convincentes quando se pensa na perda de produtividade.

 

2. A falta de compromisso com a melhoria de processos

Melhoria de processo é função inerente da capacidade humana em desenvolver novas ferramentas de trabalho ou em decidir utilizar ferramentas disponíveis ou métodos disponíveis.

 

Dentro dessa preocupação em melhorias se faz obrigatório o conceito de melhoria total. Assim não adianta apenas melhorar alguma etapa do processo se essa melhora prejudicar outras etapas, de tal sorte que não haja uma melhoria total (mesmo conceito de custo total).

 

Por exemplo, na construção civil brasileira isso também virou modus vivendis. Sempre escuto, nesse ambiente, frases do tipo: “nunca vi ninguém fazer as coisas corretas“, para justificar mais uma coisa errada; ou “basta quebrar um pouquinho” para corrigir uma falha (do processo).

 

Ou ainda pessoas que fazem as etapas num momento sempre deixam para a próxima etapa a obrigação da correção, como se não fosse parte inerente de um trabalho produtivo, o começo, o meio e o fim de um sub-processo corretamente. Também na área de serviços é difícil observar progresso.

 

Em geral o pessoal é mal qualificado e não tem qualquer interesse em se aprimorar. Questão cultural? Não sei. Novamente há frases de impacto como “também com o salário que eu ganho”.

 

3. Falta de compromisso com a sociedade

Especialmente nas cidades grandes, mas não exclusivamente, cada cidadão esta vivendo cada dia mais isolado. Somente seus desejos são importantes, somente eles devem ter prioridade.

 

Como exemplo podemos citar os números de inadimplentes contumazes dos milhares de condomínios verticais ou horizontais, protegidos por leis esdrúxulas. Normalmente são esses mal pagadores das coisas comuns que costumam freqüentar as garagens com carros novos, importados, de luxo, cujo Ipva, sozinho, seria capaz de cobrir todas as dívidas para com a sociedade com a qual convivem diariamente.

 

Também o não hábito de pedir notas fiscais, não imaginando o prejuízo para a sociedade. Questão cultural? Não sei. Enfim, o que nos falta para ganhar produtividade, de fato, é a falta de compromisso. Explica-se, mas não justifica-se.

 

No carnaval do Rio de Janeiro há todo esse comprometimento que falta no resto do País. Já escreveu certa vez uma revista italiana (não me recordo o nome) em reportagem sobre o carnaval carioca, que a sua organização deixaria até a das tropas alemãs nazistas em segundo lugar.

 

Por que então não há esse mesmo compromisso nas atividades diárias?

Curta, comente e compartilhe!
Pin It
0
0
0
s2sdefault
powered by social2s

 

banner logistica e conhecimento portogente 2

EVP - Cursos online grátis
seta menuhome

Portopédia
seta menuhome

E-book
seta menuhome

Dragagem
seta menuhome

TCCs
seta menuhome
 
logo feira global20192
Negócios e Oportunidades    
imagem feira global home
Áreas Portuárias
seta menuhome

Comunidades Portuárias
seta menuhome

Condomínios Logísticos
seta menuhome

WebSummits
seta menuhome