Terça, 14 Mai 2024

O que há de comum, nos tempos atuais, entre Bélgica, Itália, Bolívia, Tibet, Espanha, Rússia? A resposta é: ação de parte da população que tenta a sua separação, ou seja, a criação de um novo estado soberano. Parece coisa de bandido, mas não é.

Foto: www.wbrazil.com.br 

A Bélgica (foto) é um dos países de melhor qualidade de vida, com localização privilegiada na Europa Ocidental. Reinado, tem dois grandes grupos populacionais: os que falam flamengo e os que falam francês como língua-mãe.

 

A Itália sente um movimento forte de seus habitantes do norte contra aqueles do sul.

 

A Bolívia, por força de ou reforçado por Evo Morales, assiste e repreende movimentos de independência de algumas províncias.

 

O Tibet, bola da vez, quer sua independência da China.

 

Na toda poderosa Espanha, também reinado, que tem dinheiro sobrando para investimentos enormes em países emergentes como o Brasil, o grupo separatista ETA continua fazendo sua história.

 

Na Rússia, abafados pelas forças de Putin, regiões lutam pela sua independência.

 

Que movimentos seriam esses de isolamento político e administrativo dentro de um processo globalizante?

 

Todos sabem que a soma maior é aquela que tende ao infinito, isto é, quanto mais se adiciona maior fica, mais forte fica, sem limite superior.

 

Todos sabem também que a maior divisão é aquela que tende a zero. Quanto mais se divide menor fica e, conseqüentemente, mais fraco fica.

 

O que há então de vantagem na busca, por vezes sangrenta, de separações de povos?

 

Como entender processos tão antagônicos de criação de blocos de países, com objetivos nítidos de criar maior força de barganha e ao mesmo tempo lutas para separação de grupos?

 

Me lembro que quando do início do processo de unificação do bloco europeu, comentei com um amigo que não via a criação da região do Euro exatamente como solução para os maiores problemas, que havia muitas características particulares impossíveis de serem generalizadas.

 

Ele defendia dizendo que isso seria facilmente suplantado pelas vantagens da soma. Contestei levantando a questão dos bascos, já na época buscando sua independência. Aí ele respondeu: bem, os Bascos são outra coisa.

 

É precisamente esse o ponto. Cada um é outra coisa, e na medida em que povos e regiões observam que se caminha para uma mesmice política, organizacional, econômica e social há reações para provar suas individualidades.

 

Desde sempre as junções de povos foi feita pela força, quer força militar, quer força política, quer alguma força de momento.

 

Assim foi o reino Otomano. Assim foi o Império Romano. Assim foi o Império Austro-Húngaro. Assim foi a intenção Hitlerista. Assim foi a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Assim foi o Império Chinês. Assim foi a antiga Iugoslávia. Assim foi a antiga Checoslováquia. Assim são ou foram vários paises da África, etc.

 

Portanto, a criação de grandes blocos, comandados a longa distância de seus habitantes, impede que as necessidades caracteristicas de grupos particulares sejam observadas, o que tende a gerar insatisfação e, por vezes, revoltas.

 

Poucos são os países no mundo em que a convivência de diversas etnias é estimulante, como no Brasil, e esperamos que os recentes movimentos segregacionistas não sejam fecundos.

 

O mesmo mecanismo social encontro nas empresas. Os movimentos de compra e venda entre empresas, tão em moda hoje em dia, apresenta características semelhantes à junção de nações.

 

Cada empresa tem seus costumes, que costumeiramente chamamos de cultura.

 

Quando duas ou mais empresas se juntam, há o choque de culturas. Quando a junção se dá entre empresas de países diferentes, o choque é ainda maior.

 

De empresa compradora, seus funcionários passam a tratar os funcionários da empresa comprada como derrotados de guerra. Por mais slogans que sejam espalhados, pelos dirigentes, nos corredores e salas esse tratamento de vencedor a derrotado existe e é muito forte.

 

O que se tem é a perda de produtividade geral, com conseqüente perda para a empresa. Assim, o processo de globalização empresarial segue os mesmos caminhos do processo de globalização das sociedades.

 

As novas grandes empresas dirigidas à longa distância não têm qualquer sentido de pertinência ao local, fora de seu ambiente de domínio, seu headquarter.

 

Algumas empresas cujos acionistas estão espalhados pelo mundo nem sequer são ligadas demais ao seu headquarter.

 

É, por isso, perfeitamente compreensível que dentro de uma mesma empresa, os funcionários do País da matriz tenham tratamento diferenciado daqueles de suas filiais.

 

O Brasil teve poucos empresários que se aventuraram a criar filiais em outras partes do mundo, de tal sorte a criar um certo equilíbrio de forças internacionais.

 

A maioria das empresas multinacionais, que existem no Brasil é de origem externa, em quase todos os segmentos e cadeias produtivas. Com seu tratamento desigual podem estar, conforme acontece nos países citados, criando ambiente para separação, o que no âmbito empresarial significa criar concorrentes.

 

Acredito que esses movimentos de aglutinação e de desagregação sejam cíclicos. Portanto, pode-se esperar dentro em breve ações de criação de novas empresas no país, se rebelando contra a globalização.

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