Terça, 14 Mai 2024

Muito se tem discutido sobre a questão energética no Brasil. Pela falta de visibilidade das informações ou pela sua imprecisão, cada vez que esse tema vem à baila há dados incompatíveis. Nos parece que se o País crescer continuamente a taxa de 5% ou mais ao ano, haverá falta de energia elétrica para sustentar as indústrias e as residências.

 

Na época de Fernando Henrique Cardoso, como presidente da República, tivemos o apagão. Grande número de empresas optou, então, por dispor de parte de seus recursos para aquisição de geradores a combustível. Esse investimento ficou inativo na sua maioria, pois a demanda por energia não cresceu o que era esperado e também as chuvas favoreceram a sua oferta.

 

Esse susto nacional foi o alerta inicial. Concluiu-se que a questão era da distribuição e não da geração de energia. Novos modelos foram criados onde sistemas se tornaram interligados, o que, de fato, minimizaria a falta de energia em uma região, por fornecimento de energia gerada e distribuída de outra região.

 

Muitos leilões de áreas foram feitos e houve crescimento das redes de distribuição. Investimentos em geração foram deixados para segundo plano. Agora, na era Lula, vem à tona o problema da geração. Precisamos de mais energia para dar conta da demanda futura ou da demanda presente, caso as chuvas não venham em nosso socorro.

 

Quando se fala em geração, no Brasil, vem à mente (top of mind) a hidroelétrica. Temos muita água sim, mas áreas enormes sofrem transformações ambientais com a criação de barragens; belezas naturais são perdidas, como a da Garganta do Diabo no Paraná; desperdiça-se um bem muito precioso que é a água.

 

Outra opção é o uso de termoelétricas que, além de ineficientes do ponto de vista de custos, são altamente poluidoras, portanto também apresentam danos ao meio ambiente já tão maltratado.

 

Enquanto isso, deixamos de usar recursos que a natureza nos proporciona, e não danosos ao meio ambiente. Falo do sol e do vento.

 

Se verificarmos a chamada mancha urbana, vamos ter as maiores concentrações ao longo da costa. Exatamente no Litoral, em especial no litoral do nordeste brasileiro, onde o vento sopra de pulmões cheios e constantemente.

 

Precisamos aproveitar a natureza sem destruí-la. E temos essa chance. Na Holanda, os moinhos existem há muito tempo. Inspiraram artistas famosos a pintá-los, e turistas a visitá-los.

 

Mais recentemente, a tecnologia de uso do ar como gerador de energia evoluiu, o que permite o seu aproveitamento economicamente viável.

 

Outra vantagem é que esse investimento começa a dar retorno mais rápido do que numa geração hidroelétrica. Como exemplo a cidade Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes, está investindo bilhões de dólares para se tornar, ela mesma, uma das líderes em energia renovável. Logo os Emirados, que são o quinto maior produtor mundial de petróleo.

 

O petróleo está hoje com preço mais do que quatro vezes superior ao praticado em 1999 e muitas vezes superior ao praticado anos antes. Num quadro como esse, a tendência inercial seria manter o status quo. Mas não foi isso que aconteceu.

 

A iniciativa de Abu Dhabi é louvável. Representa um marco na utilização de energia limpa e renovável. Afinal eles sabem que a oferta de petróleo não é eterna.

 

Também em Abu Dhabi se planeja construir uma unidade de geração fotovoltaica, isto e, utilização de energia solar de 100MW. Na Algéria, há plano de se construir um modelo semelhante para 150 MW em 2012. Para especialistas, esse seria o modelo ideal de geração de energia para regiões desérticas.

 

E o nordeste brasileiro? Também possui regiões desérticas. Estamos com a faca e o queijo nas mãos, isto é, com o vento e o sol disponíveis.

 

Porque então não se escuta falar de investimentos nesses dois segmentos? Segundo artigo da TIME (fevereiro de 2008), uma unidade industrial de dessalinização irá funcionar com energia solar a ser gerada, nos Emirados. Alguém pode imaginar o deserto nordestino sendo atendido com energia eólica e abastecido com água retirada do mar?

 

Pode parecer um devaneio. Mas não creio. Muito do que se imagina inviável vira possível com o avanço da sociedade ou como função de custos.

 

Assim a energia solar ou a eólica, há pouco anti-econômicas, se tornam hoje viáveis.

 

Portanto, a questão é de orientação do plano energético em longo prazo, com as considerações, mais do que necessárias, do dano ao meio ambiente.

 

Se houver interesse político isso será possível. Se houver.

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