Segunda, 13 Mai 2024

Os problemas de inserção social têm sido alvo de debates constantes nas universidades, nas lides políticas, nas empresas e nas rodas de amigos.

 

O artigo do professor José de Souza Martins, publicado no jornal O Estado de S.Paulo, no dia 25 de novembro último, mostra uma face interessante e talvez pouco comentada do estigma da escravidão que hora reproduzo em parte. "Com facilidade nos esquecemos de que a questão racial no Brasil não se resume a racismo nem tem nele sua maior complexidade. Nos esquecemos de que a questão do negro não é da marca da cor, mas o estigma das relações de trabalho escravo que encontraram na cor sua mais superficial identidade. Não só a cor do negro africano, de várias origens étnicas, mas também a cor do pardo e do índio de várias espécies. O debate sobre o fim da escravidão não foi um debate sobre a cor do trabalhador que nos cafezais, nos canaviais ou nas estâncias substituiria o negro. A planejada força de trabalho substituta seria branca ou amarela, mas dócil e submissa".

 

E continua: “a força de trabalho seria escolhida nas regiões mais pobres da Europa, aquelas que ainda não tivessem sido alcançadas pela cultura de reivindicações sociais...”.

 

Essa nova leva de trabalhadores passou a trabalhar no lugar dos negros, em geral nas mesmas moradias, e mal ganhando para serem livres. A evolução industrial durante muito tempo continuou a usar dessa mão-de-obra dócil e trabalhadora, cumprindo jornadas de trabalho de 12 horas por dia, incluindo os sábados.

 

Assim, não seria exagero afirmar que a nova leva de trabalhadores também trabalhou em regime semelhante a escravidão posto que os capatazes continuaram a supervisionar os trabalhadores, independentemente da sua cor ou origem.

 

Recentemente se tem observado um aumento do numero de artigos acadêmicos ou não, sobre o tema escravidão, associando-o unicamente aos africanos.

 

Uma certa vez, durante uma apresentação de temas a serem desenvolvidos numa Universidade, um aluno começou a criticar efusivamente a “sociedade branca” em contrapartida a uma “sociedade negra”. Um dos professores presentes, com sabedoria, ao final da apresentação sugeriu a mudança do enfoque afirmando que éramos todos brasileiros e não brancos ou negros.

 

As mais recentes “conquistas“ políticas e práticas dos chamados afro-brasileiros são, no fundo, propostas de separação de raças.

 

Tenho saudades de meu tempo de criança, quando jogava bola na rua, ou nos campinhos de futebol próximos de casa, que eram sempre de terra batida. No time tinha o alemão, o negão, o gordo, o magrela, etc.

 

Com que alegria nos abraçávamos quando qualquer gol saía a nosso favor. Ninguém se preocupava com as definições de forma corporal ou de raça e cor. A gente dizia “boa, negão” e ele sorria conosco. Até bem pouco tempo escutei muito nas empresas o tratamento de negão e de alemão com caráter amigável e gozador, próprios do brasileiro.

 

Problema de raça houve sim na Alemanha nazista perseguindo os judeus, que também se entendiam alemães e que foram, na primeira grande guerra, lutar, voluntariamente a favor da Alemanha e que, proporcionalmente, foram os que mais sucumbiram. Isso sim foi racismo, e não por conta de cor, mas por conta de outros fatores. Outros países da Europa, ainda hoje, possuem leis restritivas contra imigração, como na Itália, ou na França. Também países do Oriente são extremamente refratários a outras raças.

 

Nós não, em geral não. O problema brasileiro, sempre foi, e continua sendo a inserção social  dos mais pobres. Se os mais pobres fossem só os negros o bolsa família seria somente dirigido a eles.

 

Claro que há gente racista no Brasil, de ambos os lados.

 

A decisão do governo de criação de cotas nas universidades é uma proposta puramente de divisão de raças, portanto, racista.

 

O pior é que escuto cá e lá, gente falando sobre a separação na contratação de futuros profissionais. Pode-se ter a hipótese, por um lado, que nas empresas com dirigentes de cor negra haverá  prioritariamente contratação de pessoas da mesma cor com o objetivo de promoção da raça.

 

Por outro lado pode-se pensar que outras empresas comecem a desdenhar aqueles que entraram nas faculdades por critério de raça.

 

Enfim, está criado o arcabouço do verdadeiro racismo. Agora a criação, em nível regional, do Dia da Consciência Negra é mais um estímulo à separação.

 

A solução inicial para a inserção social é a escola pública de bom nível tanto no que concerne ao ensino como nas instalações físicas desde o primeiro grau. Aí sim estarão iguais as oportunidades para todos.

 

Que saudade do tempo em que eu jogava futebol na rua.
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