Terça, 14 Mai 2024

A utilização política de índices de controle ambiental é ridícula. Imagine uma linda área verde há muitos anos 100% natural.

 

Imagine que se tenha colocado areia, no primeiro ano em 20% da área, depois no segundo ano em mais 20% , no terceiro ano em mais 10% e no quarto ano em apenas 5%.

 

Os quadros abaixo representam essa evolução.

 

Você pode, não olhando as figuras, apenas citar os percentuais acima e dizer que houve uma redução da quantidade de areia colocada percentualmente. E não estaria errado.

 

Você olha os quadros, entretanto, e tem a correta dimensão de uma crescente colocação de areia ou, pior, uma diminuição contínua da área verde. E não só estaria certo como bem informado.

 

É exatamente isso que está acontecendo com a região amazônica quanto ao desmatamento.

 

O presidente Lula quis marcar sua participação na cúpula do G8  desse mês em Heiligendann, com a proposta de criação de um mecanismo de compensação, aos países em desenvolvimento, pela redução do desmatamento. Prevê a criação de um fundo para estimular ações de combate ao desmatamento e queimadas.

 

Ora, falar em redução do desmatamento é ridículo. O que eu esperaria de alguém no comando do país seria algo mais nobre, mais digno de alguém que se diz preocupado com a poluição global e todas as suas conseqüências.

 

Esperaria, por exemplo, a determinação de estancar o desmatamento na Amazônia.

 

Esperaria uma vontade política de tornar os desertos do nordeste brasileiro produtivos, a ponto de compensar o desgaste causado pelo homem às nossas florestas, não somente à amazônica, mas, por exemplo, a outra que está hoje a menos de 10% da sua cobertura inicial, a Serra do Mar. Tecnologia para isso já existe, dinheiro o setor privado arruma, decisão política e sistemas de apoio logísticos cabem ao governo.

 

Ao invés de ficar pedindo prêmio por poluir crescentemente em menor índice, deveria, sim, propor penalidade a quem polui, estimular a idéia do selo verde.

 

Mas como solicitar isso dos outros se nós somos poluidores de carteirinha?

 

Poluímos de ignorância as nossas crianças com a malversação do dinheiro gasto nas escolas públicas, e com a malcaratice de muitos professores que simplesmente abandonam as aulas, de onde saem crianças que não sabem sequer as operações matemáticas básicas, que não conseguem construir uma frase coerente e que, portanto, sendo insuficientemente instruídas não conseguirão entender sobre os problemas de poluição.

 

Poluímos os nossos rios e lagoas com despejos industriais, sendo que as indústrias culpadas não são devidamente punidas, apesar das leis claras.

 

Poluímos os rios que cruzam as nossas cidades, pois o poder público não cria redes e sistemas suficientes para captar e tratar adequadamente todo o volume  de esgoto despejado.

 

Poluímos os riachos que serpenteavam as cidades e que criaram, em milhões de anos, lindos meandros que pela força de nossa fantástica engenharia pública são retificados, construídas lindas avenidas retas, para que a velocidade dos carros seja aumentada e depois colocam lombadas para diminui-las e radares para multar os que correm. Pior, no fim inventam um grande “piscinão” que é para a água não invadir o seu ponto de deságüe em alta velocidade.

 

Poluímos as calçadas e as ruas e os parques e os campos de futebol e os bares com tudo que o povo, não instruído, e também o instruído, joga no chão, que invade os bueiros, que entram nos rios e riachos.

 

Poluímos o ar com as fumaças dos ônibus e caminhões desregulados, com os carros velhos mal cuidados, com a quantidade enorme de lenha gasta para fazer o churrasco, padrão nacional da comilança, ou nas milhares de pizzaria.

 

Poluímos o ar, enormemente, com a saída da queima dos veículos parados em enormes engarrafamentos, enquanto os governantes ficam brigando, jogando a culpa um no outro, pela não-liberação de verbas para metrôs e/ou bondes elétricos que muitos dizem ser transporte do passado, mas que até hoje circulam, reformados, eficientes e charmosos por toda a Europa consciente.

 

Poluímos o ar na medida em que as obras públicas ou privadas são levantadas sem cuidados, com os caminhões que movimentam enorme quantidade de terra que vão despejando pelo chão, transformando-se em poeira em suspensão.

 

Poluímos o ar com a queima de pneus velhos a cada manifestação de rua, não devidamente combatida.

 

Poluímos o ar quando não são tomadas as medidas corretas para coibir queimadas nas lavouras.

 

Poluímos a visão com ruas mal traçadas, ausências de praças, prédios de 30 andares, placas de sinalização aos borbotões (apenas no cruzamento entre duas ruas comuns, de mão única, mais próxima do meu escritório existem 10 placas).

 

Poluímos a sociedade com a falta de plano para casa própria e o conseqüente aumento da favelização.

 

Poluímos a nossa dignidade cada vez que assinamos um documento e alguém pede firma reconhecida.

 

Poluímos a nossa moral quando os bandidos, com qualquer cor de colarinho, pintam e bordam com o dinheiro público e, descaradamente, mentem, e seus colegas fingem acreditar para não puni-los.

 

Poluímos nossa alma  com os mendigos, velhos e crianças, nas ruas de nossas cidades.

 

Poluímos de gente sofrida os hospitais e postos de saúde.

 

Nós poluímos!

 

E então é para pedir algum tipo de prêmio por isso?

 

Não é porque a China está poluindo o mundo que nós também temos esse direito.

 

Temos, ao invés, que reconhecer que somos culpados, pedir perdão a Deus por estar estragando o mundo que ele nos deu, e tratar de consertar o erro, e, mais do que isso, evitar novos.

 

A partir desse momento teremos a capacidade de, ou melhor, o poder para, ou ainda melhor, a moral para  reclamar e exigir das outras nações, também extremamente poluidoras como Estados Unidos , China, Rússia , Índia , etc, que medidas sejam tomadas para reduzir a poluição.

 

É preciso ter consciência de que a poluição não é restrita ao ar que respiramos, mas também à água que bebemos e ao solo onde plantamos.

 

Assim a briga deve ser total, ampla e irrestrita às fontes poluidoras.

 

Como se pode observar pelas várias categorias de poluição citadas é bem possível reduzir as fontes poluidoras e em alguns casos até eliminá-las.

 

Basta os governos nacional, estadual e municipal quererem e dispuserem de um pouco do que arrecadam em impostos para que ações possam ser tomadas.

 

Aprendi, há muito tempo, ainda estudante, que os projetos mais simples são, em geral, mais eficientes, em especial na área social. Assim me disponho a discutir, em próximos artigos, propostas concretas para diminuir todos os tipos de poluição, para que não fique somente na crítica, ou na teoria como muitos dizem.
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