Terça, 14 Mai 2024

Não há erro de ortografia. Apenas uma liberdade do autor, quiçá uma liberdade poética, para identificar, para batizar um aspecto dos empreendimentos no Brasil.

 

Recente pesquisa do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) divulgada nessa semana, avaliou os níveis de empreendedorismo em 42 países.

 

Estamos no 10° lugar no ranking.

 

Isso poderia ser um bom indicador da capacidade de empreender do brasileiro. Mas não é. Esse índice, infelizmente, mostra  o aspecto quantitativo do empreendedorismo e não seu lado qualitativo.

 

Em sua maioria, os empresários dos últimos anos são:

 

Ø       Aqueles terceirizados forçadamente pelas empresas, que para fugir das enormes cargas tributárias só encontram esse recurso  para continuarem a ser produtivas.

 

Ø       Aqueles que perderam definitivamente seus empregos. Digo definitivamente pois são os novos empresários com idade acima de 45 anos, que o nosso mercado, por absoluta estupidez, considera incapazes. Gostaria de lembrar que está provado que a faixa de idade entre 40 e 60 anos é a mais produtiva; onde se encontram, pela  única vez, a capacidade física, a experiência de vida e de trabalho e a vontade de  apresentar bom trabalho sem a ambição natural  dos mais jovens.

 

Ø       Aqueles sem qualquer formação, para os quais o mercado simplesmente está e estará fechado

 

A minoria(zinha) é composta de Empreendedores, com E maiúsculo. Aqueles que têm um projeto adequado ou inovador, aqueles que têm uma idéia promissora.

 

E o que acontece com esses últimos? Justamente os que poderiam fazer engrandecer nossa pobre nação? São  constrangidos, são quase forçados a desistir de seus sonhos por conta das dificuldades que encontram pela frente.

 

Se vão ao BNDES em busca de algum apoio são obrigados a apresentar garantias físicas que funcionem como fiadores. Cá entre nós, na era dos produtos eletrônicos, dos projetistas que trabalham remotamente, das produções de componentes terceirizadas, das linhas de montagem, que são apenas montagem, do momento em que investir em ter seu prédio próprio (investir em tijolos) é o maior contra-senso para quem está começando - se fosse bom os bancos não estariam transformando, por leilão, seus prédios próprios, que representam capital fixo, em capital móvel, tomando esses mesmos prédios em aluguel.

 

Se vão tentar entrar nas bolsas de valores são obrigados a tanta documentação e a dispor de tanto recurso para auditorias que  os desestimula. Fora o caminho árduo que devem percorrer para abrir a empresa. Órgãos municipais, órgãos estaduais, órgãos federais, Sabesps, Cetesbs, Anvisas, etc.

 

Sou totalmente a favor da fiscalização, da adequação às normas e procedimentos mínimos. Sou contra é como os funcionários desses órgãos tratam esses empresários. Sou contra a forma burocrática como essa matéria é tratada. Não sou contra a burocracia bem posta.

 

Finalmente esse nosso empresário último cria sua empresa. Aí tem de pagar tantos impostos, tem de pagar tanto de taxa de juros, que não consegue se desenvolver, crescer, produzir, aprimorar, exportar. Ah, mundo maravilhoso esse do mercado global! Mas para os outros, não para nós.

 

É preciso citar que os custos, a burocracia, etc, associados à falta de educação escolar, à falta total de recursos financeiros, etc, obrigam boa parte dos desempregados à clandestinidade.  Desconheço se há uma pesquisa real a respeito, mas ouço falar que o número de clandestinos é minimamente igual ao número de empresas oficiais. Se isso é verdade então saltamos da décima posição para a terceira posição. Seríamos quase vice-campeões, da besteira.

 

Outro dado citado no relatório, apontado como positivo, é que o número de empresas com mais de 42 meses é hoje 12,9% contra 7,6% há 3 anos.

 

Que conclusão se pode tirar efetivamente desses percentuais, quanto à qualidade das empresas? Nenhuma.

 

Que  conclusão se pode tirar quanto ao crescimento dessas empresas e geração de novos empregos? Nenhuma.

 

Por outro lado o mesmo relatório indica que países mais desenvolvidos ou mais ricos apresentam índices baixos de empreendedorismo, como Itália (3,47%), Emirados Árabes (3,74%), Suécia (3,45%), Japão ( 2,90%) e Bélgica (2,73%).

 

Aí sim é possível afirmar que o número de empreendimentos não significa obrigatoriamente avanços em termos econômicos para qualquer país.

 

Insisto. Quantidade deve vir obrigatoriamente com a qualidade do empreendimento.

 

Vejamos alguns casos interessantes. Singapura, um país menor que a cidade de São Paulo, totalmente destruída após a grande guerra, sem recursos naturais, se tornou um dos países mais prósperos e de grande poder de empreendimento de boa qualidade, isto é, de qualidade suficiente para se tornar um player internacional, com um povo com alta qualidade de vida, onde o empreendedor é estimulado pelo governo com financiamento a juros praticamente nulos, porém por outro lado cobrado convenientemente quanto ao seu desempenho.

 

Aqui, nosso presidente, sempre que pode critica os empresários. Sempre que ele faz isso me recordo de uma frase muito difundida em nosso país: sou pobre mas sou honesto, como que sugerindo que quem é rico é bandido.

 

Há bandidos em todos os níveis sócio-econômicos e há pessoas honestas, inteligentes, empreendedoras, inovadoras, criativas  também em todas as classes.

 

É, portanto, necessário entender os números corretamente e não tomar conclusões com viés sempre a favor próprio.

 

Outro exemplo recente foi a visita de empresário indiano que pretende produzir automóveis indianos no Brasil. Alguém sabia que  havia uma fábrica  de automóveis indianos? E nosso engenheiro Gurgel, onde anda?

 

È preciso que se apóiem as boas empresas para que se desenvolvam, criem mais empregos, exportem, que fiquem ricas , por que não?

 

Uma vez um amigo meu, socialista de carteirinha, voltou de uma viagem aos Estados Unidos e me chamou para ver os filmes que havia feito.

 

Quando eu o critiquei por estar elogiando os americanos, sendo ele partidário da esquerda, ele me respondeu: “Ah, mas os trabalhadores americanos vivem bem!.

 

Pois é isso que realmente vale. Que a maioria viva bem e tenha trabalho bom e honesto”.

 

Precisamos afinal dizer: sou rico mas sou honesto, pra variar.

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