Sábado, 20 Abril 2024

Há meses à espera de uma avaliação pelo Ministério da Infraestrutura, o projeto da ponte da Ecovias para ligar as duas margens do Porto de Santos está estacionado. Não há previsão de análise da proposta, dadas as objeções do governo federal e do setor portuário ao projeto. Em contrapartida, cresce o movimento pró-túnel, com novos aliados ligando-se ao projeto e a perspectiva de que o lançamento do edital para doação de estudos sobre o modal ocorra neste mês.

Cais das letras 02MAR2021Túnel vai modernizar a travessia Santos-Guarujá.

Atualmente mais de 30 empresas e associações defendem a campanha Vou de Túnel. Nas últimas semanas a proposta da ligação por via imersa ganhou a adesão do presidente da Federação das Indústrias de São Paulo, Paulo Skaf, que veio a Santos conhecer de perto os projetos do porto. Skaf elogiou o crescimento do complexo mesmo em época da pandemia e reforçou que o melhor projeto é o túnel. Skaf é um aliado de Bolsonaro, que também defende o projeto.

Na semana passada também os vereadores da região se reuniram para conhecer o projeto do túnel, que na região já conta com o apoio de políticos como a deputada federal Rosana Valle (PSB).

A expectativa de crescimento do Porto e sua vocação para se tornar um hub port da América do Sul torna o projeto da ligação seca imprescindível para melhoria dos acessos ao complexo santista. Na semana passada o Porto de Santos obteve a homologação da Marinha do Brasil para receber navios de 366 metros, as maiores embarcações previstas para a Costa Leste da América do Sul. Estes navios não podem contar com obstáculos para a sua navegabilidade, e uma ponte, afirmam os especialistas, poderia colocar em risco as operações no complexo portuário santista.

Pelo Porto de Santos passa 30% do comércio nacional e o setor vem se preparando para aumentar a movimentações de contêineres, com ampliação de terminais e destinação de outras áreas no Saboó, segundo informações da Autoridade Portuária de Santos (SPA).

A previsão é que haja um crescimento de 3,3% na movimentação da carga por cabotagem, conforme o Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ) do Porto de Santos. Além disso, a BR do Mar, projeto do governo federal para incentivo à cabotagem, deve beneficiar o Porto como concentrador de carga, explica a SPA.

Com o trânsito de navios se ampliando, é preciso pensar na segurança e na agilidade das movimentações de cargas e do trânsito de pessoas. Hoje, cada passagem de navio no Porto de Santos interrompe o tráfego das balsas. Com a implantação do túnel, diminui-se a interrupção do trânsito das balsas, pois a previsão é que o modal absorva 70% do movimento da travessia entre Santos e Guarujá.

Consultor portuário e porta-voz da campanha Vou de Túnel, Eduardo Lustosa explica que o túnel atenderá mais de 40 mil pessoas por dia e reduzirá em 25 minutos o tempo de travessia em relação à ponte. Devido à sua localização, o túnel terá distância de apenas 1,7 km e o trajeto entre as cidades poderá ser realizado em menos de cinco minutos, desafogando as filas na balsa. O túnel também tem menor custo do que o projeto da ponte (R$ 2,5 bilhões do túnel, contra R$ 3,9 bilhões da ponte), complementou Lustoza.

Logo, a Autoridade Portuária considera o projeto do túnel fundamental dentro do plano de desenvolvimento do Porto. O novo projeto da ligação imersa, reformulado pela Autoridade Portuária de Santos, destina R$ 1 bilhão em investimentos para ligações das perimetrais. Outra novidade do novo traçado foi a redução de 95% nas desapropriações, explicou Casemiro Tércio Carvalho, ex-presidente da Autoridade Portuária de Santos (SPA), e também porta-voz do movimento Vou de Túnel.

Conforme o cronograma anunciado pelo diretor do Departamento de Novas Outorgas e Políticas Regulatórias do Ministério da Infraestrutura, Fabio Lavor Fábio Lavor, durante um webinar organizado pelo Portogente, a previsão é que até o final do primeiro semestre deste ano os estudos sobre a desestatização estejam prontos e sejam apresentados à sociedade e que, em 2022, a licitação para a ligação seca seja realizada.

A inserção do projeto do túnel no projeto de desestatização prevê que a licitação da obra inclua a concessão e a administração do túnel pela iniciativa privada. Segundo Casemiro Tércio, neste mês deverá ser divulgado o edital para concessão de estudos sobre o túnel. Após o lançamento serão três meses de estudo seguidos por consulta e audiência pública sobre o projeto.

Fábio Lavor pontuou que, dentro do processo de desestatização, o Minfra não considera possível financeiramente realizar duas soluções de projetos (ponte e túnel), mas uma que atenda à cidade e ao Porto. Casemiro Tércio afirma que a construção da ponte, além de atrapalhar o trânsito dos navios, também impede a expansão da área do Porto, que deverá ocorrer na região do Saboó. Para o consultor, a solução seria realizar também ali uma ligação por via imersa.

Marcia editada* Jornalista, fotógrafa, pesquisadora, docente, pós-doutora em Comunicação e Cultura e diretora da Cais das Letras Comunicação. Contato: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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