Sexta, 29 Março 2024

A coluna está entrevistando os primeiros colocados nas pesquisas para prefeito de Santos sobre os projetos dos candidatos para o Porto de Santos. De acordo com pesquisa Badra/Sistema Santa Cecília, são eles: Antônio Carlos Banha (MDB), com 15,3%; Vicente Cascione (Pros), 11,5%; Rogério Santos (PSDB), 9,3%; Douglas Martins (PT), 2,6%; Ivan Sartori (PSD), 2,3%; Bayard Umbuzeiro (PTB), 1,5%; Delegado Romano (DC), 1,4%.

foto IvanIvan Sartori é o candidato a Prefeito de Santos pelo PSD. Crédito: Divulgação.

Segue a entrevista com Ivan Sartori (PSD), desembargador aposentado e ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Sartori se aposentou de suas funções em 2019 e pela primeira vez concorre a um cargo público. Desembargador mais jovem do TJ-SP, com 23 anos, foi eleito presidente do Tribunal em 2011, exercendo seu mandato de 2012 a 2013.

Quais as ações necessárias para a integração porto-cidade? Qual a proposta do candidato a respeito deste tema?
Não é necessário enfatizar a importância do Porto de Santos para a cidade. É o maior da América Latina e fonte de receita importantíssima para a cidade. Isso, porém, tem sido relegado a segundo plano pelas últimas administrações.

O maior desafio é a gestão política necessária. Tem que haver uma proximidade com o Porto, pois porto e cidade andam paralelos. Tão perto e tão longe, isso precisa mudar. Conversas rotineiras e próximas, de forma a integrar serviços do município com o Porto. Uma interseção estreita. É preciso, inclusive, fortalecer a comissão tripartite (União, Estado e município).

Além disso, é preciso estreitar o relacionamento com a presidência e com o Ministério da Infraestrutura e, para isso, já até iniciamos conversas com o Governo Federal.

Como fazer com que a almejada expansão da área do Porto beneficie o setor e a população do entorno? Como aliar desenvolvimento econômico com sustentabilidade?
Temos que aumentar a empregabilidade, proporcionar uma área com infraestrutura adequada destinada à estada aos caminhoneiros (restaurantes, banheiros, chuveiros e posto médico, comércio) – que hoje é inexistente -; promover a instalação empresas de ponta na área retro portuária, integrando o porto à cidade. Pode-se utilizar aí a Área Continental e, com isso, fomentar a empregabilidade e trazer mais recursos para o município, por meio de tributações desses serviços. É aquecer a economia e gerar emprego.

Nessa interseção, é será possível também recuperar alguns imóveis, que estão voltados e integrados à Cidade, como, por exemplo, os armazéns 1 a 8, que podem ser transformados em um centro gastronômico e de outras atrações voltadas para o lazer e a cultura.

Interessante fazer um mergulhão de trem para melhorar o acesso a esses armazéns. É preciso zelar e cuidar de toda aquela encosta, retirar sucatas que enfeiam a cidade e, ainda, eliminar o mau cheiro que aflora, principalmente, nas ruas Antônio Prado e Xavier de Toledo.

Também será necessário estruturar o nosso Terminal de Passageiros, de forma a receber bem os passageiros, incentivar e atraí-los para o Turismo, mostrando que Santos é uma cidade que tem história, um jardim grandioso e belas paisagens. Ainda, deve-se fomentar uma restruturação na área hoteleira e afins. A Guarda Municipal será capacitada, inclusive, para receber os turistas. Para tanto, haverá um destacamento especializado nisso e falará inglês e espanhol. Importante, ainda, visitas gratuitas monitoradas a pontos turísticos, históricos, comércio no centro, na zona noroeste e morros.

Os morros têm cultura própria e muito interessante. A sustentabilidade será observada e até já um estudo nesse sentido do professor Adilson Luiz Gonçalves. Vale dizer que o desenvolvimento humano revisado não pode sair do foco, mormente quando majorada a acumulação de capital para distribuir os objetivos disponibilizados ao cidadão, em seu cotidiano, no que este possa desejar, realizando seus anseios, em segurança.

A sustentabilidade que buscamos engloba a segurança humana e ambiental, onde a vida urbana no município de Santos não só reduza os seus impactos danosos a natureza, como também passe a produzir ações mitigadoras para recuperar os prejuízos e danos causados ao longo do tempo. A sustentabilidade também abordará a concepção econômica na busca de reestruturar a Lei Tributária, o ambiente econômico e a implantação de um plano industrial, de comércio/serviço robusto, para que o crescimento econômico e geração de renda de Santos se complemente por meio do cruzamento de cadeias produtivas nacional e internacional.

Como fazer com que os impostos arrecadados no Porto possam ser revertidos para a cidade?
A Justiça já reconheceu que as empresas que operam no porto têm que pagar IPTU para a cidade. E elas também têm que pagar ISS. Isso, aliás, virá dos serviços retro portuários, envolvendo logística e tecnologia de ponta.

Como avalia o processo de desestatização do Porto? Que modelo considera ideal?
Defendo que a Codesp seja privatizada (concedida) passando a ser controlada por uma empresa privada, ou que um condomínio/grupo formado pelos operadores portuários, trabalhadores e munícipes, pagando um percentual da arrecadação ou taxa para o governo. Importantíssimo não causar efeitos nefastos à força de trabalho, como a estiva! Já temos um alto desemprego em Santos e a reversão tem que ser buscada.

Como avalia o processo para realização da ligação seca (túnel ou ponte?). Qual o projeto considera melhor para a cidade e o Porto? Tem atuado ou atuará em prol da defesa da ligação seca? Como?
Na minha opinião, a melhor opção é o túnel na região de Outeirinhos e chegando a Vicente de Carvalho, porque é onde a distância entre as margens é menor, e por estar "no meio" da cidade. Isso atenderia tanto ao tráfego de caminhões - interesse direto do porto -, quanto ao de automóveis, ônibus etc., interesse direto dos municípios. A ponte só interessa à Ecovias que, com isso, ampliaria o tempo de contrato de concessão. Além disso, a ponte prejudica as operações portuárias.

Marcia editada* Jornalista, fotógrafa, pesquisadora, docente, pós-doutora em Comunicação e Cultura e diretora da Cais das Letras Comunicação. Contato: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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