“O Brasil precisa urgentemente alterar o modelo de gestão portuária”. A advertência é do presidente do Centro Brasileiro dos Exportadores de Rochas Ornamentais (CentroRochas), Adilson Borges Vieira, para quem o atual modelo da gestão governamental compromete ainda mais a competitividade das empresas brasileiras que se dedicam ao comércio exterior.
O CentroRochas que Borges preside é uma entidade que agrega os exportadores de rochas ornamentais brasileiras com mais de 80 empresas associadas. A sede da entidade é em Vitória (ES).
Borges esquenta o debate “Portos – Problemas na Modernização” ao ser o primeiro a dizer que a gestão governamental no setor portuário mais atrapalha do que ajuda.
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PortoGente – Qual a importância da gestão governamental no setor portuário?
Adilson Borges Vieira – O poder público não tem apresentado ao longo de décadas nenhuma melhoria em seus sistemas de gestão. A burocracia estatal apenas atrapalha o desenvolvimento das atividades portuárias. A gestão deve ter como meta a melhoria da qualidade dos serviços a um custo cada vez menor para que os exportadores e importadores possam ser competitivos. A gestão pública tem um custo muito elevado e a qualidade dos serviços é muito baixa. O Brasil precisa urgentemente alterar o modelo de gestão portuária sob o risco de não o fazendo comprometer ainda mais a competitividade das empresas brasileiras que se dedicam ao comércio exterior.
PortoGente - O Estado como gestor dos negócios portuários, responsável por regrar, limitar e fiscalizar os negócios portuários, ainda é o caminho ou cada vez mais o mercado deve ser o regulador do jogo?
Adilson Borges Vieira – O poder público pode ser o órgão regulador das atividades portuárias, mas jamais seu gestor. De modo geral o mercado não deve ter a independência total com relação as atividades portuárias, pois os interesses são sempre particulares. O poder público deve regular as atividades com a visão coletiva que é seu papel.
