A empresa de navegação CMA CGM divulgou ao mercado a reestruturação de suas atividades para oferecer serviços mais eficientes e modernos, inclusive com a renovação de sua identidade visual. A companhia já começou o ano de 2017 estremecendo o mercado brasileiro ao anunciar a aquisição da Mercosul Line, unidade de cabotagem de sua concorrente dinamarquesa Maersk Line, líder mundial no setor. A concentração das operações realizadas por poucos grupos, entretanto, pode direcionar para uma monopolização do transporte marítimo mundial e prejudicar a economia em geral. Para liderar as ambiciosas mudanças, a empresa nomeou Rodolphe Saadé como Diretor Executivo do grupo em 7 de fevereiro, além de autorizar o lançamento da OCEAN Alliance, a maior aliança operacional marítima do mundo. O novo logotipo da CMA CGM foi elaborado a partir de uma tipografia inovadora, remetendo às cores da bandeira francesa.
Numerologia - O Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp) desenvolveu um ótimo trabalho ao reunir dados e publicar o primeiro anuário da entidade, repleto de números, informações e indicações como a expressiva relação comercial entre o estado paulista e a China (confira na arte abaixo). De acordo com a entidade, a publicação visa "gerar visibilidade para o importante papel das atividades desempenhadas pelos operadores portuários, que embarcam e desembarcam diariamente as riquezas do nosso País". Os terminais instalados no litoral paulista movimentaram 15,8% de toda a produção brasileira no último ano. A publicação agrega dados importantes e auxilia na tomada de decisões comerciais dos principais operadores que atuam nos portos de Santos e de São Sebastião.
Novos caminhos - A expressiva e diversificada riqueza mineral existente na Bolívia contrasta com a falta de estrutura para movimentar cargas em um dos mais pobres países da América do Sul. Uma das iniciativas recentes anunciadas para superar esse gargalo é a construção do Porto Seco de Oruro. A obra está orçada em US$ 850 mil e deve ficar pronta no início de 2018. No entanto, a recompensação ambiental e pluvial será um grande desafio para a instalação do empreendimento. Além de facilitar as operações comerciais da Bolívia com os vizinhos sul-americanos e demais parceiros, o porto seco pode evitar o "desvio" de grandes quantidades de cargas produzidas na região para os portos chilenos.
Sem saída - Qualquer discussão que envolva um país de dimensões continentais como o Brasil corre o risco de ignorar as diferenças de estrutura entre pequenas, médias e grandes cidades. No setor de transportes, a mobilidade urbana é um grande exemplo de que as realidades locais precisam ser administradas de modos diferentes e, por isso, políticas públicas precisam ser desenvolvidas de acordo com as necessidades da região. Enquanto as grandes capitais discutem transporte coletivo, é preciso lembrar que cerca de 40% das cidades brasileiras não ofertam possibilidade alguma de se deslocar em transporte público. Não há ônibus, trens ou táxis para deslocamentos nesses locais.
Sem chão - O alto valor cobrado é outro obstáculo para o acesso ao transporte coletivo. De acordo com dados divulgados pelo Sistema de Indicadores de Percepção Social do Ipea (2011), 12,3% dos deslocamentos cotidianos no Brasil são realizados a pé. Uma das principais causas é justamente o alto preço cobrado pelas concessionárias de transporte coletivo. O subsídio para a aplicação da "tarifa zero" é uma realidade em pouquíssimos locais. Apesar disso, tal qual acontece com a bicicleta, a infraestrutura para que o cidadão caminhe pelas cidades também é negligenciada. O Censo 2010 do IBGE apresenta que 69% dos domicílios urbanos brasileiros possuem calçada. Entretanto, a maior parte delas se concentra nas regiões de melhor infraestrutura, onde o índice sobe para 80%. Na maior parte do Brasil, se deslocar a pé significa encarar um caminho com muitos obstáculos.
Para evitar um naufrágio - Acontece até esta quarta-feira (05) a 1a. Conferência Internacional de Portos “Transporte Marítimo Portuário ‒ Desafios e Expectativas” em Vitória, capital do Espírito Santo. O principal tema abordado pelo evento é a "grande encruzilhada do comércio mundial". A atual onda de protecionismo protagonizada pelo Brexit e pelas atitudes propagadas pelo presidente norte-americano Donald Trump poderá impactar negativamente o comércio exterior brasileiro e as rotas de navegação hoje estabelecidas.