Embora seja difícil de escrever e de falar, Odebrecht passou a ser uma palavra muito presente no cotidiano dos brasileiros. Ainda que não seja a única companhia corruptora do País, no momento passou de expoente dos negócios para vilã da sociedade. Os seus executivos também fincaram as suas garras no Porto de Santos, o principal do País, por meio da OdebrechtTransport. A empresa é proprietária da Embraport, um moderno e bem equipado terminal portuário. No momento, a polêmica gira em torno das negociações para que o empreendimento fique fora da nova poligonal do porto santista, assim obtendo vantagens como a possibilidade de evitar a contratação de trabalhadores avulsos. Embora exiba com orgulho seus investimentos na gestão de pessoas, a Embraport foi condenada pela Justiça do Trabalho a pagar R$ 5 milhões pelo fato de obrigar trabalhadores a realizar jornadas excessivas, prejudicando saúde e segurança de seus contratados.
Privilégio - Importante lembrar que em 2013 a Embraport já causou alvoroço ao não requisitar operários portuários e estivadores avulsos por meio do Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo). O fato de a empresa ter dado de ombros à categoria causou revolta, resultando em manifestações e até mesmo em duas invasões a navios atracados no terminal da Odebrecht. O empreendimento é apontado como beneficiário direto da Lei 12.815. Suas operações tiveram início um mês depois da publicação da Lei, sob o novo conceito de área de porto organizado, gerando uma concorrência predatória e desequilibrada com outros terminais. Fato não menos relevante: 30% da participação acionária da OdebrechtTransport pertence ao FGTS e 10,61% ao BNDESPAR.
Trem não dorme - O Porto de Valência, ao Leste da Espanha, anunciou nesta semana que passará a receber cargas transportadas por ferrovias durante 24 horas. Com o objetivo de aumentar a produtividade, as cargas serão recebidas por meio do transporte intermodal, a pedido da iniciativa privada. As mercadorias desembarcadas em Valência são distribuídas para toda a Península Ibérica e sua área de influência abrange a França, a Itália e países do Norte da África, como mostra a imagem abaixo.
Trem da prosperidade - Em muitos países a indústria ferroviária está investindo em pesquisas para desenvolver soluções que garantam maior produtividade no transporte de mercadorias ou de passageiros. Nos Estados Unidos, cientistas da Universidade de Stony Brook criaram um coletor de energia de ferrovias. A invenção capta a eletricidade das vibrações produzidas pelos trens ao passarem sobre os trilhos, reduzindo custos e emissões de carbono. Na China, foi lançado um serviço de trem direto até Londres, na Inglaterra, e que passa por outros sete países. A iniciativa faz parte da estratégia de recriar a Rota da Seda. Os chineses também já desenvolveram uma solução para embarque de passageiros sem que o trem pare - veja detalhes no vídeo abaixo.
Santo remedinho - A indústria farmacêutica vem se consolidando como um ponto fora da curva em relação ao conjunto da indústria brasileira e mundial. Enquanto a maior parte dos segmentos lidam com perdas ou estagnação, a produção farmacêutica cresce exponencialmente. No Brasil, por exemplo, as vendas cresceram 13,1% em 2016 e a projeção é de crescer novamente em dois dígitos neste ano. E para continuar crescendo com vigor, estão sendo tomadas iniciativas para redução de custos com logística, como comprova o anúncio da instalação de uma unidade produtiva da Aché Laboratórios Farmacêuticos no Complexo Portuário de Suape, em Pernambuco. Na Europa, a IAG Cargo divulgou nesta semana a criação de uma rota marítima entre Madrid, na Espanha, e Basiléia, na Suiça, atendendo à demanda do pujante setor farmacêutico suíço. A companhia internacional tem grande expertise no transporte de farmacêuticos e mantém um centro climatizado de armazenagem em Londres, na Inglaterra. A unidade é utilizada como hub para distribuição de cargas por todo o território europeu.
Ganhando o pão de cada dia - Será leiloado nesta quinta-feira (20) à iniciativa privada terminal para a movimentação e armazenagem de granéis sólidos de origem vegetal no Porto do Rio de Janeiro. Conforme já abordamos aqui na Radar Global, o arrendamento resulta de um lobby feito pela gigante Bunge Alimentos, pois a empresa necessita de um local para receber e armazenar trigo importado desde que iniciou as operações de seu moderno Moinho Fluminense, localizado em Duque de Caixas. O valor do contrato é de R$ 515,8 milhões e o seu prazo de vigência é de 25 anos, prorrogável pelo mesmo período. A movimentação mínima exigida no terceiro ano de operação é de 682 mil toneladas. Conforme o edital elaborado pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), vence a proposta com maior valor de outorga. Caso o arrendamento receba duas ou mais propostas será realizado o leilão em viva-voz, na sede da Agência, em Brasília. Participam da etapa à viva-voz as empresas classificadas entre as três maiores ofertas pelo arrendamento ou ainda aquelas cujo valor da oferta seja igual ou superior a 90% do valor de outorga da maior oferta.
Para adoçar a receita - A empresa VLI Logística publicou nesta semana vídeo que mostra detalhes da ampliação do Terminal Integrador Portuário Luiz Antonio Mesquita (Tiplam), no Porto de Santos. O investimento garante ao empreendimento maior capacidade para movimentar graneis e busca aumentar a produtividade de seus serviços ao mercado. Atualmente, o Tiplam trabalha apenas com a importação de fertilizantes. Com a ampliação, as atividades incluirão a exportação de grãos e açúcar, atendendo à demanda do agronegócio brasileiro.