O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, participou, nesta quinta-feira (9/06), de reunião com o presidente da Associação do Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, na sede da entidade, no Rio de Janeiro. No encontro, foram discutidos temas relevantes para o setor exportador brasileiro.
O secretário de Comércio Exterior do Ministério, Daniel Godinho, apresentou no encontro informações sobre avanços na implantação do Portal Único de Comércio Exterior, que trará ganhos visíveis ao setor, como a redução dos prazos médios de exportação e importação para oito e dez dias, respectivamente. Atualmente, segundo o projeto Doing Business do Banco Mundial, no Brasil uma exportação leva 13 dias e uma importação 17 dias, em média.
José Augusto de Castro reiterou a importância do Portal para a redução dos prazos, que representam custos para os operadores de comércio exterior. Outro ponto considerado urgente para Castro é a redução do custo Brasil, mediante reformas estruturais e investimentos permanentes em infraestrutura para reduzir custos de logística.
“Precisamos restabelecer em bases reais o índice de restituição do Reintegra a 3%, ou a 5% como previsto em lei, pois isso faz a diferença para o exportador”, reivindicou. O Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras é o programa que reembolsa créditos tributários ao exportador.
O ministro entende que o tema é muito importante e se comprometeu a discutir o assunto com seus pares na Esplanada dos Ministérios. “O Brasil precisa voltar a crescer e nós estamos focados nisso”, disse o ministro, ao fazer referência ao encontro, realizado ontem em Brasília com mais de 200 empresários e liderado pelo governo interino Michel Temer.
Pereira fez questão de ressaltar que quer transformar o MDIC na “Casa do Setor Produtivo”. “Queremos dar respostas rápidas, pragmáticas e eficientes às demandas da indústria e do setor de comércio e serviço”, disse.
Custo Brasil
Castro reiterou que as exportações de manufaturados têm que ganhar participação na pauta brasileira. “Precisamos trabalhar a imagem do Brasil como exportador de produtos industriais. O mundo precisa reconhecer no Brasil um país exportador de produtos com maior valor agregado”, disse. Para ele, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) deve reforçar a imagem do país no exterior. O ministro Marcos Pereira concorda e disse que vai seguir trabalhando para incentivar as exportações de produtos brasileiros industrializados.
“Para que o Brasil tenha voz firme e seja respeitado no mercado internacional é preciso que se crie uma cultura exportadora, mas para isso é preciso previsibilidade, para que o empresário possa ter segurança para exportar. Toda empresa deveria exportar, sempre, pelo menos 1% da produção, para criar tradição, credibilidade e confiabilidade”, enfatizou Castro.
Exportações de serviço
O incentivo das exportações de serviços também foi tema do encontro entre o ministro e representantes da AEB. Castro reafirmou que as exportações de serviços de engenharia, principalmente para grandes obras, viabilizam a exportação indireta de milhares de empresas e alavancam a venda externa de extensa gama de produtos manufaturados, em especial máquinas e equipamentos. “O Brasil é grande demais para ficar fora desse mercado”, salientou.