Terça, 26 Novembro 2024

Após um ano e meio operando apenas com fertilizantes, o Porto de Antonina recebeu nesta semana um segundo navio para carregar açúcar. Foram embarcadas 14 mil toneladas do produto, com destino a Mauritânia, no oeste da África.

Agora já chega a 28 mil toneladas o volume embarcado até abril – mais que a movimentação do produto ao longo de 2013 e 2014. A expectativa para este ano é que sejam carregadas 200 mil toneladas pelo terminal. De 2007 a 2009, não houve movimentação do produto em Antonina.

A operação com açúcar está sendo possível graças aos investimentos, de R$ 70,6 milhões, feitos nos últimos quatros anos pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) no complexo portuário - que inclui o terminal Barão de Teffé e terminal Ponta do Félix. “Estamos devolvendo condições de competitividade ao porto de Antonina, que tinha ficado quase 40 anos sem investimentos públicos”, afirma o diretor-presidente da Appa, Luiz Henrique Dividino.

A obra de dragagem, o mais importante deles, aumentou a profundidade do canal de acesso ao porto de 7 metros para 9,3 metros. Com a dragagem, navios passaram a operar em sua máxima capacidade.

Nos navios de fertilizantes, a capacidade de carregamento em Antonina passa de 18 mil para 30 mil toneladas. No caso embarque de açúcar, a movimentação potencial passa de 14 mil toneladas para 20 mil toneladas.

“Estamos trazendo mais operações para Antonina e movimentando mão-de-obra e serviços locais que trazem inúmeros benefícios econômicos ao município”, afirma o diretor do Porto de Antonina, Luís Carlos de Souza,

Este segundo navio chega ainda no período de entressafra da colheita de cana. “Com o aprofundamento do canal, já estão sendo negociados navios com quantidades de 25 mil toneladas a serem embarcadas pelo terminal”, afirma o diretor da MPAX Logística e Participações, Marcelo Alves. A empresa é a responsável pelo embarque de açúcar por Antonina ao longo de 2015.

O diretor comercial do Terminal Ponta do Félix, Cícero Simião, ressalta que o navio Skyros, que vai descarregar o açúcar ensacado na Mauritânia, bateu recorde de produtividade nos primeiros dias de carregamento. Em apenas um turno de seis horas, foram embarcadas 1,2 mil toneladas de açúcar. “Estamos mais uma vez mostrando o potencial do terminal, elevando a sua capacidade para 4 mil toneladas por dia”, afirma Simião.

PORTO-CIDADE - A Administração do Porto de Antonina também tem trabalhado para promover uma melhor interação entre porto e a cidade. Com o aumento da movimentação de cargas, mais caminhões chegam ao município para carregar e descarregar. Para que o fluxo não seja prejudicial para os moradores, o porto tem disponibilizado e capacitado o Pátio de Triagem do Terminal Barão de Teffé para as operações portuárias.

Em momentos de pico, cerca de 200 caminhões passam pelo pátio, deixando livres as ruas do município. A Associação dos Moradores do Bairro da Ponta da Pita chegou a publicar uma carta de agradecimento à diretoria do porto em agradecimento.

“Hoje, com a nova logística nas operações portuárias, vemos o trânsito fluir normalmente e de forma ordenada”, diz a carta, assinada pela presidente da associação, Edinéia Orlandino Calderon.

Ela ressalta que a atual administração do porto tem se preocupado com a qualidade de vida, saúde e segurança dos moradores do entorno do porto.

HISTÓRIA - Desde o primeiro trapiche construído em 1856, o Porto de Antonina sempre foi fundamental para o escoamento da produção paranaense. Naquela época, o principal produto do Estado era a erva-mate.

Dezessete anos depois, em 1873, com a inauguração da Estrada da Graciosa e da linha férrea - que ligam o município à Curitiba - o terminal portuário intensificou as atividades e chegou a ser, no início do século XX, um dos mais importantes portos do país em exportação. Movimentou variadas cargas das quais, no final dos anos 1990, permaneceram os congelados, minérios de ferro e fertilizantes.

Localizado em um ponto estratégico do Estado, o Porto de Antonina atualmente amplia a agilidade e qualidade dos serviços do Porto de Paranaguá, principalmente no recebimento de fertilizantes.

O terminal em Antonina tem vocação para atendimento a embarcações que fazem fornecimento a outros navios (supply-boat), na exploração da camada do pré-sal, e capacidade de instalação de indústria de construção, reparo e manutenção naval.

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