A conhecida vagarosidade no andamento das obras de infraestrutura no Brasil, geralmente causada por projetos mal e porcamente elaborados, deve fazer com que muitos ajustes necessários para a realização da Copa do Mundo de Futebol de 2014 só estejam prontos após a competição esportiva. Se esse for o caso, menos pior, afinal serão úteis no dia-a-dia da população das cidades sede. Sem colocar a importância da Copa em segundo plano, as obras de infraestrutura são primordiais para o cotidiano da movimentação de pessoas e cargas no Brasil, antes, durante e depois de 2014.
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As obras apontadas como prioritárias pelo Governo, portanto, têm urgência para já, visando desafogar o caótico transporte de pessoas e mercadorias no País. Portogente vem mostrando vários desses casos em seu noticiário. Hoje, destacamos os atrasos nas obras do terminal de integração e no Aeroporto de Recife, capital pernambucana. Elas estão muito atrasadas em relação ao cronograma original e podem não ficar prontas até a Copa de 2014. O Tribunal de Contas da União (TCU) aponta que a construção da nova torre de controle no Aeroporto de Recife ainda não foi iniciada. A previsão inicial era de conclusão no terceiro trimestre de 2013, mas já se trabalha no limite, com término nos meses de março a maio de 2014.
Responsável pelo relatório de fiscalização do TCU, o ministro Valmir Campelo observa que as obras de mobilidade urbana são as mais atrasadas e que há muitas situações “inquietantes” em todo o País.
Imagem: Divulgação
Obras de mobilidade urbana, como o terminal de integração no
Recife [imagem], se arrastam em várias capitais brasileiras
Nesse quadro se encaixa também o terminal integrado que dará acesso à Cidade da Copa em Recife – a Arena Pernambuco. A expectativa inicial é de que as obras estivessem concluídas para a Copa das Confederações em 2013, o que dificilmente irá ocorrer. Os prazos para a Copa do Mundo também estão apertados.
Neste caso, os números não mentem: até setembro deste ano, conforme o TCU, as obras do terminal, que deveriam estar 78% concluídas, apresentavam andamento de apenas 4%.
Resta saber se a conhecida correria de última hora dará conta desses ajustes e se a sociedade brasileira será lesada com possíveis aumentos no orçamento.