escrito pela jornalista Cláudia Dominguez, enviada especial à Operação Unitas
Comunicar-se com eficiência no mar é princípio fundamental para assegurar a navegação. Há cinco séculos a sinalização entre os navios era feita içando velas em determinadas posições ou também atirando com canhões. Nos dias atuais, a comunicação nas embarcações é feita por meio de sinais luminosos e sinais sonoros.
A linguagem de comunicação convencionada na navegação é o Código Internacional de Sinais (CIS) que informa sobre a interpretação e utilização dos diversos códigos de sinalização como bandeiras, Morse e homógrafo.
As bandeiras têm significados específicos. Por exemplo, no alto do mastro dos navios da Marinha um flâmula com 21 estrelas indica que aquela embarcação está sob o comando de um oficial da Marinha. A flâmula somente é arriada para ser substituída quando da troca do comando.
As bandeiras podem ser usadas em casos de emergência a fim de comunicar um sinal de perigo. Conforme a ordem do passsadiço, as bandeiras são içadas. Pelo CIS são quatro categorias de bandeiras: as alfabéticas, com 26 tipos, as 10 numerais, as três substitutas e um distintivo do CIS. Os holofotes do navio também podem ser acionados para transmitir alguma mensagem, como em fainas noturnas.
O código Morse (protocolo de comunicação) representa os caracteres através de "pontos" e "traços" correspondendo a impulsos elétricos e resultando em sinais acústicos ou luminosos de uma certa duração.
Sinal sonoro - Os apitos também fazem parte da rotina de bordo. Seja na alvorada, na troca de turno ou para anunciar a hora do rancho. Os toques de apito transmitem diferentes informações e são emitidos pelo contra-mestre do navio que fica no passadiço.
Mas, atenção! Repetir em linguagem clara, pelo fonoclama, um toque de apito não faz parte das regras de comportamento de uma embarcação. É uma atitude reprovável.
Curiosidade - Ao longo dos anos, o apito se tornou um objeto de autoridade e até de honra. Na Inglaterra, o Lord High Admirai usava um apito de ouro junto ao pescoço, preso por uma corrente. Um apito de prata era usado por Oficiais em Comando, como "Apito de Comando". Tais símbolos eram carregados com tanta consideração que, em combate, um oficial que usasse um apito preferia jogá-lo ao mar a deixá-lo cair em mãos inimigas...
Ainda nos dias de hoje, o apito continua preso ao pescoço por um cadarço de tecido e é usado para os toques de rotina e comando de manobras.
O oficial de serviço utiliza um apito diferente do contra-meste. O dele, entre outras funções, é designado para cumprimentar ou responder a cumprimentos de autoridades que estejam em outros navios.