Sexta, 22 Novembro 2024

Inaugurado em julho deste ano, o TIS (Terminal Intermodal de Santos – Ultracargo) inova buscando romper paradigmas como terminal portuário. Ao movimentar óleo vegetal, fornece mais uma opção para a cidade, já que não havia nenhum tipo de exportação da substância pelo Porto de Santos. Anteriormente, o Porto de Paranaguá era o único no Brasil a realizar a exportação. Além disso, o TIS está em fase inicial de movimentação de cargas via ferrovia, um método pouco utilizado pelas empresas da região.

A utilização de ferrovias, quando calcada por uma boa infra-estrutura, oferece diversas vantagens, já que o volume que um vagão comporta é quase três vezes maior do que a capacidade normal de uma carreta. O gerente do TIS – Ultracargo, Sérgio Ricardo dos Santos Salvador, afirma também que o comboio de vagões via linha férrea não gera congestionamentos no trânsito como a movimentação por caminhões e que o risco no transporte acaba sendo reduzido. 

O terminal foi construído por um pool de empresas que formam o Teas (Terminal para Exportação de Álcool de Santos). Crystalserv, Cosan, Cargill e Nova América administraram a elaboração e construção do local e passaram a gerência à Ultracargo, que cuida do dia-a-dia do terminal. O TIS dispõe de uma capacidade de 40 mil metros cúbicos de tancagem para armazenar álcool, óleo vegetal e substâncias químicas.  

O complexo recebe cargas de carretas, navios e trens, sendo que para este último foi construído um desvio de cerca de um quilômetro de linha férrea para que os vagões possam chegar à área de descarregamento. A ocupação dos tanques de armazenagem ainda é baixa, mas deve crescer já que a demanda por movimentação de substâncias químicas é crescente. De acordo com Sérgio Ricardo, a estimativa é que o TIS movimente aproximadamente 1 milhão de metros cúbicos por ano.

Como funciona

O terminal trabalha de acordo com as necessidades do cliente. Segundo o gerente do TIS, eles são procurados quando alguma empresa necessita armazenar os produtos com os quais trabalha, sejam eles oriundos de importação ou exportação.  

A partir do pedido do cliente, a equipe técnica do TIS analisa as características do produto e conclui se o terminal possui condições e equipamentos para armazenar a substância com segurança e eficiência.  

Em certas ocasiões o terminal precisa rejeitar a armazenagem de um produto. Sérgio Ricardo explica que não é simplesmente porque o processo pode ser perigoso. “Os terminais não têm condições de receber todos os produtos, porque eles são formados por substâncias bastante diversas. Portanto, é preciso analisar se podemos preservar as propriedades naturais de cada um deles”. 

Nesse processo, é preciso também uma autorização do órgão ambiental responsável. O local só poderá receber determinados materiais caso tenha uma licença para isso, já que muitas substâncias podem ser danosas ao meio ambiente caso não sejam armazenadas de forma correta e segura. 

Caso conclua-se que há condições de receber o material, passa-se para a negociação comercial. Sérgio Ricardo ressalta que o terminal é um prestador de serviço, apenas operando a carga. “Aqui não produzimos nem vendemos nada, apenas recebemos a mercadoria do cliente e armazenamos de forma eficiente até que ela seja vendida pelo próprio cliente e retirada pelo comprador”.

Após a conclusão dos acordos financeiros, inicia-se a operação. Todo o arranjo operacional é checado e os tanques são inspecionados e preparados, visando evitar qualquer tipo de problema. Uma equipe treinada por cerca de 60 dias tem acesso ao interior dos tanques para realizar a vistoria. O gerente do TIS conta que todos os funcionários do terminal são próprios, uma atitude que objetiva a qualidade e a segurança do trabalho. Funcionários terceirizados são utilizados somente nos setores de vigilância e de limpeza. 

Sérgio Ricardo diz que todo o trabalho é efetuado com o intuito de criar um diferencial para o cliente, agregando um valor intangível. “Não trabalhamos somente o lado financeiro, procuramos dar todo o suporte ao cliente, para que seu produto seja armazenado da forma mais cuidadosa possível, gerando assim uma confiança e fidelização por parte do cliente”.

Assim que a mercadoria chega ao terminal, é iniciado um processo de cadastro e pesagem. Os produtos obedecem a uma forma de chegada e o terminal tem todo o controle sobre o que está recebendo, para efeito de segurança.

O veículo que transporta a mercadoria é encaminhado para a plataforma de descarga. Os responsáveis pelo terminal têm acesso a uma moderna sala de controle, de onde podem checar toda a medição interna dos tanques via sistema informatizado. Além dessa medição, a carreta ou vagão que descarregou o produto é pesado novamente na saída para que haja duas formas de controlar o volume de carga recebida pelo terminal. “Dessa forma, podemos ter certeza absoluta de que recebemos a quantidade de carga combinada”, destaca Sérgio Ricardo.

A partir do armazenamento da mercadoria é efetuado um controle diário nos tanques abastecidos. Uma vez por dia é feito todo o inventário do local, checando-se todos os produtos, visando descobrir se algo está prejudicando as propriedades naturais da mercadoria.  

Caso a carga armazenada seja vendida, o cliente passa para a gerência do TIS o contato do comprador. As duas partes chegam a um acordo de datas e forma de passar a responsabilidade da mercadoria para o comprador.

Quando a exportação ocorre por meio de navios, o TIS descarrega o produto em uma tubulação aérea que vai do terminal até o píer da Alemoa. Lá, o navio atracado recebe a carga por meio da tubulação. No caso da importação, ou seja, quando o navio descarrega a carga para o terminal, o processo é o mesmo, utilizando-se a tubulação construída pelo TIS. Aquele que passa a mercadoria fica responsável por bombear a carga até o seu destino. Durante a transferência, os técnicos do terminal podem acompanhar em tempo real como a carga está se comportando.

Sérgio Ricardo afirma que a movimentação de cargas acontece sempre nos mesmos parâmetros. Independente do meio de transporte, as medidas de segurança tomadas são similares e a tubulação aérea, por exemplo, é um fator que torna o controle mais fácil do que se os tubos fossem subterrâneos.

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