Devemos ter um Natal ainda mais caro do que no último ano e com menos variedade de produtos -- impactando, inclusive, o comércio popular, a exemplo das lojas da Rua 25 de Março, em São Paulo -- já que temos um maior impacto no segmento de baixo valor agregado, o que faz com que custos maiores sejam repassados ao consumidor final.
Desde 2020, o valor dos fretes marítimos internacionais tem subido a preços astronômicos e impactado setores diversos da economia nacional, encarecendo produtos e serviços. Comparando os anos de 2020 e 2021, temos um aumento do frete de USD 450/cntr de junho de 2020 a USD 12000/cntr atualmente. Empresas que dependem de matéria-prima e suprimentos de fora têm sido impactados tanto por prazo, como custos. Muito disso se deve à pandemia do Covid-19, que represou envios desde março de 2020, mas também tem origem na falta de contêineres pelos portos do mundo inteiro, além de um mercado concentrado nas mãos de poucos embarcadores.
Além disso, neste ano, algumas rotas mais lucrativas e com menores distância -- como Europa e Estados Unidos -- continuaram sendo privilegiadas pelos embarcadores, excluindo-se regiões como a América Latina. Não é raro ouvir relatos de empresas que não encontram espaço em navios para embarcarem suas cargas rumo ao Brasil. Tudo isso vem pesando no bolso do consumidor, principalmente, na compra de produtos dos segmentos solar, têxtil, químicos, automotivo e bens de consumo.
A Vendemmia, por possuir constância e reconhecimento no mercado, conseguiu algumas alternativas para os seus clientes e conseguiu embarcar todos os seus produtos, mas também vem enfrentando desafios com os preços, mesmo que eles não tenham sido tão altos como o valor geral de mercado. "Nossos contratos de longo prazo nos ajudam também a ter preços melhores, mesmo que ainda num patamar muito alto para o que era praticado no começo de 2020. Outro fator interessante é que os armadores estão entregando valores e disponibilidade num período de até 15 dias para frente", disse Luciano Ricci, sócio-fundador da Vendemmia.
Para minimizar também o impacto dos fretes, a Vendemmia também vem estudando como utilizar espaços em navios de carga geral para não ficar na mão de armadores.