A Agência Nacional de Águas (ANA) divulgou, nesta quarta-feira (19/12), o relatório Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil – Informe 2018, que chega à sua décima edição. Entre outros temas, o Conjuntura deste ano destaca a situação da quantidade e da qualidade da água, seus diferentes usos e as ações de gestão e regulação realizadas para minimizar os impactos das crises hídricas no Brasil.
Lançado no dia em que a ANA completa 18 anos, o relatório revela que em 2017 um total de 3 milhões de brasileiros foram afetados por cheias e inundações e quase 38 milhões foram atingidos por secas – 80% deles no Nordeste. Entre as iniciativas empreendidas pela Agência para enfrentar esse quadro estão 33 processos de alocação de água, 39 campanhas de fiscalização, cinco normativos restringindo ou suspendendo o uso de recursos hídricos e o funcionamento de quatro salas de crise.
Como mostra o Conjuntura, a retirada total de água estimada em 2017 foi de 2.083 m³/s, sendo que seus principais usos no País em termos de quantidade foram na irrigação (52%), abastecimento humano (23,8%) e indústria (9,1%). Juntos, estes setores representaram cerca de 85% da retirada total. Volumes menores foram utilizados para matar a sede de animais (8,0%), termelétricas (3,8%), consumo rural (1,7%) e mineração (1,6%).
A demanda por uso de água no Brasil é crescente, com aumento estimado de 80% no total retirado nas últimas duas décadas. A previsão é de que até 2030 a retirada aumente 24%. O histórico da evolução dos usos da água está diretamente relacionado ao desenvolvimento econômico e ao processo de urbanização do País, aponta o estudo.
De acordo com a publicação, o volume de água sob a forma de chuva recebido pelo Brasil em 2016 correspondeu a 12,9 trilhões de m³ e a evapotranspiração chegou a 10,2 trilhões de m³. Da parcela de chuva restante, uma parte se infiltrou no solo, alcançando as reservas subterrâneas, e outra alcançou rios e córregos por meio de escoamento superficial. Considerando a contribuição de outros países amazônicos, 5,7 trilhões de m³ de água escoaram em rios no território nacional. Ao todo, saíram do País cerca de 7,4 trilhões de m³ de água em 2016.