Cada um dos mais de 8 mil brasileiros que usam a bicicleta no lugar do carro como meio de transporte deixam de emitir 4,4 kg de CO2 por ano, já para os que usavam o ônibus, evitam jogar na atmosfera 41,9 kg da mesma substância no mesmo período. Esta estimativa faz parte do estudo Economia da Bicicleta no Brasil, uma parceria da Aliança Bike e o LABMOB (Laboratório de Mobilidade Sustentável, da UFRJ), que revela o papel deste meio em cinco dimensões, analisando vários aspectos socioeconômicos e comportamentais.
Um dos pontos que merece destaque no ESTUDO é justamente sobre os benefícios relacionados ao uso da bicicleta como uma maneira real de influenciar tanto o clima, quanto redução da emissão de gases poluentes.
Para chegar ao número de ciclistas no Brasil, os pesquisadores tomaram como base o censo de 2017 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e um levantamento feito pela ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos) que estima que 4% da população usa a bicicleta como meio de transporte.
O estudo A Economia da Bicicleta fez uma pesquisa com 968 ciclistas, no Rio de Janeiro, que utilizam a bicicleta como meio de transporte. Para fazer uma medição precisa em relação a tempo e distância percorridos, eles catalogaram o tempo médio de deslocamento diário deles em quatro tempos: 10 minutos ou menos, 10 a 30 minutos, 30 a 60 minutos e 60 ou mais minutos, levando em conta que o intervalo de 10 a 30 minutos é equivalente a 5km. Com isso, a conclusão foi que a média de distância percorrida por esses ciclistas em um ano, foi um total de 1.180.536km e com essa métrica é que a relação do uso da bicicleta com a melhora do clima e preservação do meio ambiente fica interessante.
Com os dados em mãos, e levando em consideração que a média de consumo de um carro popular é de 9 km/L de gasolina, e o de ônibus é de 3 km/L de diesel, o Estudo A Economia da Bicicleta projetou o número para o país a economia na emissão de gases poluentes por meio do uso da bicicleta chega a 385.216 toneladas por ano, o que é extremamente significativo, isso considerando apenas a emissão de Monóxido de Carbono, fora os outros tipos de gases que são extremamente poluentes e tóxicos.
Na última Conferência Mundial do Clima, ocorrida em 2016 em Genebra, foi adotado um novo acordo entre 195 países, com o objetivo de reduzir a emissão de gases de efeito estufa, e o Brasil comprometeu-se a diminuí-los em 37% até 2025 e 43% até 2030.
Desta maneira, os ciclistas e a sua contribuição na diminuição da taxa de gases poluentes no país, é real e muito importante, não apenas para que o Brasil cumpra esse acordo internacional, mas para o meio ambiente de uma maneira geral.
Sobre o Estudo A Economia da Bicicleta
Com o crescimento acelerado dos segmentos que tem a bicicleta como foco e a ausência de dados oficiais precisos que fizessem um mapeamento real do impacto socioeconômico, comportamental e ambiental da bicicleta, a Aliança Bike e o LABMOB (Laboratório de Mobilidade Sustentável, da UFRJ) desenvolveram, juntos, o ESTUDO INÉDITO na América Latina, A Economia da Bicicleta. Nas 152 páginas do Estudo, 5 dimensões analíticas foram mapeadas e distribuídas em 22 temáticas associadas a cada um dos grupos.
Os dados e o relatório completo da pesquisa estão disponíveis em http://economiadabicicleta.org.br/
Serviço: http://www.aliancabike.org.br