O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a Centrais Elétricas Brasileiras S.A (Eletrobras) e a Empresa Nacional de Eletricidade (ENDE) do Estado Plurinacional da Bolívia assinaram, no dia 30 de maio último, um convênio para apoiar o processo de interconexão elétrica entre os dois países.
Joaquín Rodríguez Gutiérrez, presidente ENDE, Luis Alberto Moreno, presidente do BID
e Wilson Ferreira Junior, presidente da Eletrobras. Foto: Divulgação.
Dados os níveis de capacidade instalada e de crescimento da demanda registrados nos últimos anos em ambos os países e o potencial energético existente, a interconexão pode permitir trocas comerciais de energia, com o potencial de reduzir custos de geração e melhorar a eficiência dos equipamentos e respectivas centrais de geração de energia.
A cooperação se insere no diálogo sobre integração energética que os governos do Brasil e da Bolívia iniciaram em 2007, com um memorando de entendimentos acordado, e reforçado em 2015, com um memorando assinado entre ENDE e Eletrobras para fomentar especificamente a integração elétrica.
A iniciativa, que terá recursos de US$ 900 mil, ajudará a identificar as melhores possibilidades de interconexão entre os dois países considerando as alternativas de geração e transmissão, com base em critérios técnicos, econômicos, ambientais e sociais. Um estudo preliminar será preparado para identificar e desenhar a melhor alternativa de interconexão, com os seguintes passos para a atividade binacional.
Os produtos e resultados da cooperação permitirão fortalecer o processo de integração energética entre o Brasil e a Bolívia, fortalecendo as instituições beneficiárias, e servirão de insumos para o planejamento conjunto e tomada de decisões sobre futuros projetos de investimento.
Nas últimas décadas, o BID apoiou várias iniciativas de integração energética em toda América Latina e Caribe, como SIEPAC, SINEA, Arco Norte, entre outros projetos binacionais. A assinatura aconteceu hoje com o presidente do BID, Luis Alberto Moreno, o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, e o presidente da ENDE, Joaquin Rodriguez.
Potencial entre os países
Em 2016, o Sistema Interconectado Nacional (SIN) da Bolívia tinha uma potência instalada de 1,9 GW e gerou 8759 GWh. O SIN conta com quase 7 mil km de Linhas de Transmissão (LT), em 69, 115 e 230 kV. A demanda máxima de 2016 foi de 1,4 GW, com um crescimento anual de 6% aproximadamente. O Sistema Interligado Nacional (SIN) do Brasil, por sua vez, tem uma capacidade instalada de 148,4 GW, com 135 mil km de LT e uma demanda máxima de 85,7 GW. Em 2016 a geração foi de 620 TWh, com um crescimento de demanda de 3,5% ao ano, projetado para 2021.