Símbolo da pontualidade britânica na cidade, o antigo relógio da The Western and Brazilian Telegraph Company Ld., empresa britânica que explorou por 100 anos o serviço de telégrafo em Santos, vai ser instalado no Centro Integrado de Comando Operacional do Porto de Santos (Cicop). O equipamento, com quatro faces de quatro metros cada, foi trazido ao Brasil em 1906 e instalado no prédio da Western, na região do Valongo, Centro.
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O relógio da Western foi construído sob medida para a sede da empresa de telégrafos de Santos. Ele foi desativado em 1973, quando se encerrou a concessão de 100 anos do serviço prestado pela empresa britânica. O relógio passou então ao acervo da Companhia Docas de Santos, hoje Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp). Há cerca de sete anos, a empresária Terezinha Calçada Bastos, com o apoio do Rotary Club de Santos, assumiu pessoalmente a guarda do relógio, tendo em vista seu valor histórico para a cidade. "A torre que comemora os 125 anos do Porto de Santos é um local adequado para o relógio", comemora Terezinha, afirmando que, no Sicop, "ele vai estar à vista dos santistas e das pessoas que visitarem a cidade".
A máquina foi restaurada pelo relojoeiro Antonio Rodrigues Lima, o Toninho. "As peças que precisaram ser trocadas foram feitas com o mesmo material usado no original", explica Toninho. De acordo com o restaurador, os mostradores são de ferro fundido com números em algarismos romanos. "Os ponteiros são de cobre, para resistir à maresia", conta ele, ressaltando que as características da cidade de Santos foram levadas em conta quando da fabricação do relógio, no início do século.
Somente o pêndulo do relógio tem 25 metros de comprimento. Os mostradores têm diâmetro de 3,8 metros. "Após ser dado corda, o relógio tem autonomia de funcionamento de 10 dias", diz Toninho. Conforme o projeto da diretoria da Codesp, ele ficará abrigado no alto da torre que comemora os 125 anos do Porto de Santos. A estrutura que abrigará o Cicop será construída em área localizada entre as instalações do Corredor de Exportações de Grãos, na Ponta da Praia, e o Terminal Pesqueiro Público de Santos. A construção deve sediar um Centro Integrado de Inteligência Operacional, que reunirá órgãos como a Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Guarda Portuária e Base do Plano de Ajuda Mútua (PAM) do Porto de Santos, Guarda Municipal, Polícia Federal, Exército e Marinha. O relógio deve fazer parte do complexo turístico do empreendimento, que vai contar com mirante e elevador panorâmico. O espaço de uso turístico (mirante) traz a possibilidade de abrigar, em seu núcleo, atividades como restaurante, souvenir, café, entre outras.