Terça, 26 Novembro 2024

Rui Daher, administrador de empresas, consultor em agronegócios

Poucas vezes discordei de alertas e conclusões do professor de Economia Política Internacional na Escola de Governo JFK, da Universidade de Harvard, Dani Rodrik. Verdade que o turco pouco comentou o Brasil, país que em raros momentos da História esteve entre as preocupações de scholars europeus e norte-americanos.

unto a outro professor da mesma escola, Filipe Campante, escreveu artigo “O momento argentino do Brasil”, traduzido e publicado no Valor, em 09/06/2017.

Começa por reconhecer nossa economia em queda livre, associando-a às más gestão fiscal e corrupção. Critica os 36% de gastos do governo em relação ao PIB, fruto de “anos de frouxidão fiscal, obrigações com a seguridade social e baixos preços das commodities”. Por fim, aceita a dívida pública, agora em 70% do PIB, pelas altas taxas de juros prevalentes. Diz serem elas responsáveis por “grande parte da diferença de gastos entre o Brasil e países comparáveis".

Bate em tecla aqui já gasta. Benefícios sociais são frouxidão; juros altos são austeridade.

Os reconhecíveis erros de política econômica do governo de Dilma Rousseff, a partir de 2013, são cristalinos como o espelho de Alceu Valença. Que a inflação estaria controlada após ajustados câmbio e preços administrados tornava desnecessários tanto os incentivos selecionados como o aumento nos juros. E, sim, havia uma crise na economia internacional, principalmente, em países que não haviam se ajustado de forma anticíclica. A todas essas conjunturas Dilma e a subordinação covarde de sua equipe responderam mal aos desafios. Desde então, estamos presos no corner e só não caímos fora do ringue pela resistência do fígado do agronegócio.

Rodrik, ao contrário da já provada incompetência do Fundo Monetário Internacional (FMI), desconfia muito da eficácia do teto de longo prazo instituído por Meirelles. “Nada na teoria econômica empresta sustentação à tese de manutenção das despesas reais constantes durante um período tão longo quanto uma década”. Imaginem duas". O resultado é não haver crescimento sustentado, o que já sentimos hoje.

É quando Rodrik chama a seleção argentina a campo, mas desfalcada de Messi, e lembra o plano de conversibilidade de 1991, peso atrelado ao dólar, constrangimento ao crescimento econômico, e caos político e social. Em 2002, abandonada a âncora, a nave foi, devagar, mas foi.

“O teto para os gastos brasileiros não parece uma solução sustentável (...) o maior risco é que ele acabe por alimentar conflitos políticos em torno do próprio teto (...)".

Já estão, professor. Desmorona-se uma série de aparelhos sociais que construíam distribuição mais equânime, verdadeira força de uma nação. Política externa soberana, fazer valer riquezas tangíveis e intangíveis traz divisas. Incrementar as atividades produtivas, mercantis e serviços que geram empregos, contra a exaltação dos ativos financeiros. Poder Judiciário menos caolho é bom. Mídia familiar concessionada para destruir uma só liderança política ou partidária é canalhice. Educar a juventude para o discernimento dos valores sociais é futuro.

Se a casa vai cair, o teto pra quê? Pra molhar o nosso chapéu?

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