Mário Lanznaster, presidente da Cooperativa Central Aurora Alimentos e vice-presidente para o agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc)
Apesar de seu ideário iluminista e de sua doutrina solidária, as cooperativas são empresas e, como tal, precisam ser eficientes e competitivas nos mercados onde atuam. Os valores e virtudes que balizam a atuação das cooperativas estão sendo cada vez mais reconhecidos – pelos consumidores – como diferenciais que conferem credibilidade e confiabilidade a essas organizações humanas.
Dois princípios universais do cooperativismo contribuem para explicar essa condição. Um é a gestão democrática, reflexo do fato da cooperativa ser uma sociedade de pessoas e não de capitais. As cooperativas são em sua origem, em sua natureza e em sua essência organizações democráticas, controladas por seus membros que participam ativamente na formulação de suas políticas e na tomada de decisões. Os homens e as mulheres, eleitos para cargos diretivos, são responsáveis pelo processo administrativo e gerencial, o qual deve conduzir com transparência, proficiência e dedicação.
O outro princípio universal é educação/formação/informação, ferramenta empregada para qualificar as pessoas para a prática cotidiana e responsável do cooperativismo.
A associação desses dois princípios produz um notável efeito na transparência com que atuam as cooperativas. Tomo o caso da Cooperativa Central Aurora Alimentos. Aqui, a gestão das complexas cadeias produtivas do agronegócio exige o máximo de transparência para que todos os atores acompanhem o resultado de seu trabalho. A tecnologia da informação foi adotada para o desenvolvimento de softwares ancorados em portais que trazem todas as informações, todos os indicadores das extensas cadeias produtivas de aves, suínos, ovos e leite.
Milhões de informações envolvendo milhares de produtores rurais cooperados, técnicos de campo, trabalhadores nas indústrias, analistas e gestores são inseridas diariamente no sistema, tratando sobre ativos biológicos, insumos, transporte, serviços agregados etc. Tudo é processado para viabilizar a produção diária de 1 milhão de aves, 18 mil suínos e 1,6 milhão de litros de leite. Disponível em portal próprio e acessado pelos cooperados em diversas plataformas, esse sistema é expressão máxima de transparência. As informações que alimentam o sistema traduzem um universo formado pela Aurora e suas 13 cooperativas filiadas que reúnem 36 mil empregados diretos, 72 mil famílias cooperadas com base produtiva em 284 municípios e uma geração de 18,8 bilhões de reais ao ano em receita operacional bruta.
É o perfeito casamento entre postura (transparência) e tecnologia (informática).