Domingo, 28 Abril 2024

Valter Pieracciani, coordenador de projetos sênior do Centro Latinoamericano para a Inovação, Excelência e Qualidade (Claeq) e diretor da Pieracciani Desenvolvimento de Empresas, é engenheiro e especialista em modelos inovadores de gestão. Artigo publicado, originalmente, no Jornal do Engenheiro, edição 503, de maio de 2017

O ano é 1760; tarde de neblina e frio na Inglaterra. Trabalhadores provenientes do campo, cuja capacidade de trabalho estava totalmente ligada às habilidades físicas, olham estarrecidos para as máquinas de produção. Uma nova força, muito maior que a deles, surge como a grande ameaça. O mundo dos negócios está de pernas para o ar, e o progresso transformaria o produtor dos tempos antigos em mero operador de máquina assalariado.

Hoje, cerca de 250 anos depois, a mesma atmosfera de ansiedade e incerteza toma conta do mundo industrial graças a uma nova e profunda avalanche de mudanças: a indústria 4.0.

O termo foi cunhado em 2011 durante a Feira de Hannover para definir uma nova tendência industrial que contemplava o surgimento das smartfactories. E dá nome a uma mudança que pede de nós, engenheiros, mais do que nunca, uma mente aberta e flexível. Afinal, para cada engenheiro atuando hoje diretamente na produção tradicional, haverá dois a três em outras aplicações, como inteligência artificial, big data e análise de dados.

A primeira revolução industrial introduziu a produção mecânica de bens, ancorada no uso de água e vapor; a segunda baseou-se na energia elétrica; a terceira, na automatização da produção. Já a quarta deriva do uso de tecnologias em ambientes digitais (nuvem), com internet móvel amplamente acessível, inteligência artificial, machinelearning, sistemas cyberfísicos e internet das coisas, produção aditiva (impressão 3D) etc.. A produtividade, a flexibilidade e a competitividade das indústrias poderão atingir níveis impensáveis.

Engenheiros! Se antes nos bastava deter conhecimento, nisso já fomos substituídos pelo Google. Será necessário, agora, desenvolver nossa capacidade de engeinovar. O sujeito introvertido, que vivia mergulhado em cálculos no passado, terá que se mostrar conectado.

A indústria 4.0 exigirá ainda que trabalhemos em redes, como parte de times, em oposição às estruturas hierárquicas e rígidas do passado. Os ambientes de P, D & I deixarão de ser bunkers de armas secretas e darão lugar a processos colaborativos, destinados a melhorar a experiência do cliente. Nossas referências e modelos serão revistos. Joi Ito, diretor-geral do Media Lab do MIT, por exemplo, abandonou as salas de aula e hoje lidera um dos mais importantes centros de inovação do mundo.

Esse engenheiro 4.0, o engeinovador, compreende que, na configuração pós-quarta revolução, os processos na cadeia geradora de valor são interligados; cabe a ele assegurar que a informação flua em todos os sentidos. Terá que aprender a liderar esses fluxos e a atuar como facilitador para que as empresas passem a operar conectadas. Nossa profissão ganhará contornos cada vez mais dinâmicos. Você está pronto?

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