Segunda, 25 Novembro 2024

João Guilherme Vargas Netto é consultor sindical

Os jovens que participam do movimento sindical – e mesmo alguns veteranos – precisam ficar sabendo de como foi dura a luta durante a ditadura, cheia de armadilhas e desafios.

Depois da enfurecida repressão que marcou indelevelmente o caráter antissindical do golpe com assassinatos, prisões, intervenções e toda a brutalidade policial contra dirigentes e trabalhadores, a ditadura editou a famigerada Portaria 40, de 21 de janeiro de 1965, regulamentando as eleições sindicais.

A Portaria 40 representou, para o movimento sindical, o mesmo que o AI-5, de 1968, para a sociedade e o mundo político: a ditadura escancarada.

O ritual para as eleições foi estritamente regulamentado, exigindo, por exemplo, declarações de próprio punho dos concorrentes, comprometendo-se à fiel observância da Constituição e das leis e o compromisso de “respeitar as autoridades constituídas e acatar as decisões delas emanadas”.

As Delegacias Regionais do Trabalho controlavam todas as etapas das eleições com a ajuda permanente das forças policiais repressivas.

As chapas que porventura se constituíssem deveriam adotar cores com a seguinte ordem preferencial: chapa n° 1 - azul, chapa n° 2 - verde, chapa n° 3 - amarela, chapa n° 4 - alaranjada e chapa n° 5 -vermelha (os nomes das chapas não eram “recomendados”).

Como, em geral, enfrentavam-se duas chapas, as cores mais utilizadas eram o azul (situação) e o verde (oposição). As cores amarela, da traição, segundo simbolismo secular do movimento sindical, e vermelha, do comunismo, eram obviamente evitadas.

Ainda se espera de algum pesquisador acadêmico bem informado um estudo sobre essa obrigação cromática, as estratégias decorrentes aplicadas nas eleições pelas chapas coloridas e os códigos subjacentes.

O peso repressivo dessa portaria vigiu durante toda a ditadura e mesmo até a Constituição de 1988 (com relativos abrandamentos circunstanciais, como a suspensão da exigência de folha corrida e do atestado de direitos políticos), mas apimentado pela utilização corriqueira de “listas negras”, de corrupção, de fraude e de roubo de votos.
Foi duro votar e ser votado nos sindicatos durante a ditadura.

Curta, comente e compartilhe!
Pin It
0
0
0
s2sdefault
powered by social2s

topo oms2

*Todo o conteúdo contido neste artigo é de responsabilidade de seu autor, não passa por filtros e não reflete necessariamente a posição editorial do Portogente.

Deixe sua opinião! Comente!
 

 

banner logistica e conhecimento portogente 2

EVP - Cursos online grátis
seta menuhome

Portopédia
seta menuhome

E-book
seta menuhome

Dragagem
seta menuhome

TCCs
seta menuhome
 
logo feira global20192
Negócios e Oportunidades    
imagem feira global home
Áreas Portuárias
seta menuhome

Comunidades Portuárias
seta menuhome

Condomínios Logísticos
seta menuhome

WebSummits
seta menuhome