Joaquim Lopes é diretor-presidente da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU/SP)
O maior investimento em mobilidade na Baixada Santista nos últimos 50 anos tornou-se realidade.
O Governo do Estado de São Paulo entregou, em 31 de janeiro, o primeiro trecho completo do Veículo Leve Sobre Trilhos, que vai da Esplanada dos Barreiros, em São Vicente, ao Porto de Santos.
São 11,5km e 15 estações, incluindo dois terminais, além de ciclovia e paraciclos – estrutura de metal onde os milhares de ciclistas da Baixada poderão estacionar e prender as suas bicicletas diariamente com segurança ao se deslocar para o trabalho ou para atividades de lazer.
O sonho de colocar em funcionamento comercial o primeiro VLT elétrico do País foi inspirado nos modelos de sucesso em funcionamento na Europa. As equipes da EMTU/SP visitaram a fábrica da Vossloh, em Valência, na Espanha, e a fábrica da TTrans, em Três Rios, no Rio de Janeiro, acompanhando a produção dos primeiros veículos. Desde o início, foram gerados 1.500 empregos em toda a cadeia produtiva, sendo 700 diretos.
O ponto de partida foi a trilha aberta anos atrás pelos trens que iniciavam seu caminho no litoral sul em direção ao porto de Santos. Naquele eixo, a partir de Barreiros, bairros foram modernizados, avenidas foram ampliadas e recapeadas. Obras de arte - como o viaduto Emmerich e o túnel José Menino – tiveram sua capacidade duplicada. A avenida Francisco Glicério, importante artéria de ligação entre a divisa dos dois municípios e o porto de Santos, ficou de cara nova, trazendo ares metropolitanos e mais qualidade de vida aos bairros santistas.
A região portuária do Macuco, em Santos, transformou-se com a construção do Centro de Controle Operacional, edifício de três andares que é o “cérebro” do VLT, abrigando o setor administrativo e a área de manutenção, além do pátio de manobras dos veículos.
O legado urbanístico é bem vindo por suprir carências oriundas do crescimento da região. Mas o VLT só cumprirá sua função de espinha dorsal do Sistema Integrado Metropolitano, o SIM, quando o usuário do transporte municipal das duas cidades pagar uma tarifa integrada para utilizar os ônibus e o VLT.
Essa integração já existe desde junho de 2016 com 37 linhas metropolitanas gerenciadas pela EMTU. Em abril de 2017, deverá acontecer com o sistema municipal de Santos. Em São Vicente, as conversações com a nova gestão estão adiantadas.
Silencioso e não poluente, o VLT já está incorporado ao cotidiano da Baixada Santista, Transporta diariamente cerca de 13 mil usuários, número que deve subir para 30 mil no segundo semestre, quando estiverem consolidadas a ampliação do atendimento para o horário das 5h30 às 23h30 e as integrações com as linhas de ônibus municipais de Santos, previstas para abril.
O VLT veio para ficar. Prova de que, quando Estado e municípios trabalham em conjunto, a integração metropolitana acontece.