Mauricio Stainoff é presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo (FCDLESP), entidade que representa mais de 210 mil lojistas em 150 municípios paulistas.
Parece uma afirmação pouco apurada: “há o turismo” dirão alguns, “ há os vendedores” dirão outros e é exatamente aí a certeza que o Carnaval é ruim para o varejo.
Pesquisa por amostragem feita pelo Instituto Solução Varejo/Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo (FDCLESP) em cinco regiões em que a entidade possui Câmaras de Dirigentes Lojistas, contrapostas com índices de comércio consolidados no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dados demonstrativos do Banco Central, acrescidos dos dados consolidados com a geografia territorial- meio predominante da atividade da região e expectativa econômica do varejo - conclui a mesma intenção de queda que se aferiu no acumulado de 2016 (-5%) se manterá nas vendas do Carnaval do comércio.
A pesquisa denuncia que as vendas no varejo tendem a ficar estáveis nas regiões do litoral e manter uma tendência de queda nas regiões do interior em que tradicionalmente não há incentivo público ao Carnaval.
Em cidades litorâneas o fluxo de turistas não anima o comerciante, segundo a pesquisa, o varejo local é invadido pelo comercio informal e a maioria das vendas durante as festas resume-se à alimentos, principalmente bebidas. Para o comércio de bens duráveis e lojas de rua, em três das regiões pesquisadas, o carnaval é sinônimo de aumento de custos e queda nas vendas. Também se aferiu que nesse período há uma inversão bastante grande dos hábitos de consumo, os horários de movimento se alteram e a maioria dos lojistas não acompanha a mudança, restando aos ambulantes e àqueles que possuem comércio sem ponto fixo a maior fatia do mercado.
Nas regiões mais industriais e metropolitanas o comércio local percebe a fuga do consumidor para outros destinos. Cidades turísticas possuem uma dinâmica de consumo à parte, mas os lojistas acreditam que haverá uma queda no ticket médio de consumo.
O pequeno comerciante perde dinheiro, o nano comerciante regular - àquele inscrito como microempreendedor individual - percebe um aumento brutal na concorrência com os ambulantes ilegais e assim vamos: pulando carnaval e aumentando o prejuízo.