Sábado, 22 Junho 2024

Alexandre Mendonca 3Por Alexandre Mendonça, gerente da Robert Half

Em um cenário de constantes mudanças e inovações, o setor de logística no Brasil enfrenta desafios e oportunidades singulares. O mais recente Panorama Setorial de Logística da Robert Half revelou que os investimentos em tecnologia, multimodalidade e processos logísticos estão em ascensão, promovendo uma demanda crescente por profissionais altamente qualificados. Para as empresas do setor, o capital humano não é apenas um recurso, mas o principal catalisador para navegar nas oportunidades emergentes.

A evolução tecnológica e suas exigências

A logística está na vanguarda das disrupções tecnológicas, com inovações que prometem transformar profundamente a indústria. Ferramentas avançadas de gestão de frotas, rastreamento, roteirização, veículos autônomos e drones são apenas alguns exemplos de tecnologias que estão redefinindo o setor.

Além disso, a automação nas operações de armazenagem e a implementação do blockchain para processos documentais e de rastreabilidade demandam um novo perfil de profissional: aquele que alia conhecimentos técnicos avançados a uma adaptabilidade constante às novas ferramentas.

Essa evolução requer uma força de trabalho versada em tecnologia e capaz de integrar esses conhecimentos ao cotidiano operacional. Nesse contexto, a busca por profissionais com habilidades em sistemas de gestão (TMS, WMS, ERP), automação (RPA) e inteligência artificial/machine learning (AI/ML) torna-se crucial.

A expansão dos galpões logísticos

Outro fator que ressalta a necessidade de mão de obra qualificada é a expansão das áreas de armazenagem, que cresceram 167% nos últimos anos. A operação desses galpões, agora mais automatizada e eficiente, requer gerentes de armazém e operações com conhecimentos aprofundados em tecnologia e gestão de processos. Por outro lado, o aumento na complexidade das operações demanda skills de liderança, comunicação eficaz e uma abordagem hands-on, características essenciais para garantir a eficiência e a redução dos custos operacionais.

Última Milha no alvo da eficiência logística

O “boom” do e-commerce trouxe à tona a importância da "última milha". Com expectativas de rastreabilidade precisa e prazos de entrega cada vez mais curtos, essa fase exige uma logística impecável. Os obstáculos dos grandes centros urbanos, como trânsito, restrições de circulação e riscos de segurança, aumentam a complexidade dessa operação. Consequentemente, profissionais capazes de otimizar as roteirizações e gerenciar essas dificuldades são altamente valorizados.

Projetos pontuais demandam talentos

As mudanças constantes também ampliam as oportunidades para profissionais contratados por tempo determinado. Gerentes de projeto, analistas de logística e de indicadores são requisitados para implementar novos sistemas e processos, além de atender demandas sazonais, como nas safras do agronegócio ou em eventos comerciais relevantes, como a Black Friday. Essas funções exigem uma combinação de competências técnicas e rápida adaptação.

A diversidade das habilidades buscadas

Hoje, o que o mercado mais procura inclui desde hard skills, como graduação completa, inglês avançado, bagagem em diferentes modais e logística integrada, até soft skills, como liderança, resiliência e proatividade. A busca por profissionais com "senso de dono" e perfil disruptivo reflete a necessidade de talentos que não apenas acompanhem as mudanças, mas que também sejam capazes de impulsionar a inovação dentro das organizações.

Em um mercado cada vez mais dinâmico e tecnologicamente avançado, o capital humano se destaca como um dos principais fatores de sucesso. As empresas que investirem na atração e no desenvolvimento de profissionais qualificados estarão melhor posicionadas para enfrentar os desafios emergentes e aproveitar as oportunidades que surgirem.

Como evidencia o Panorama Setorial de Logística da Robert Half, conectar as realidades do mercado às questões de gestão de pessoas é a chave para o crescimento sustentável e competitivo no setor. Assim, é fundamental que as companhias reconheçam seus profissionais como seu maior ativo, essencial para transformar desafios em vitórias.

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*Todo o conteúdo contido neste artigo é de responsabilidade de seu autor, não passa por filtros e não reflete necessariamente a posição editorial do Portogente.

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