Domingo, 24 Novembro 2024

Milton Lourenco editada* Presidente do Grupo Fiorde, constituído pelas empresas Fiorde Logística Internacional, FTA Transportes e Armazéns Gerais e Barter Comércio Exterior (trading company), todas com matriz em São Paulo e filiais em vários Estados brasileiros. 

Neste momento de enfrentamento diante da pandemia de coronavírus (covid-19), não podemos esquecer a máxima dita pelo presidente norte-americano John F. Kennedy (1917-1963) em seu discurso de posse: "Não pergunte o que o seu país pode fazer por você. Pergunte o que você pode fazer por seu país". Pois bem, este é realmente o momento de tentarmos fazer o impossível por nosso país, apesar de sabermos o quanto erramos na escolha que fizemos em 2018 e até de nos autodesculparmos, pois, definitivamente, não tínhamos boas opções e tampouco sorte, levando-se em conta as circunstâncias em que ocorreu a escolha, que se deu mais por força do acaso do que por méritos do vitorioso.

Dessa maneira, só nos resta redobrar esforços, aumentando a nossa capacidade de trabalho, único caminho, aliás, para revertermos essa situação e colocarmos o País outra vez na rota do desenvolvimento, que sempre foi, sem dúvida, o seu verdadeiro destino. Mas, deixando um pouco de lado esse arroubo ditado mais pela atual situação de isolacionismo que temos de enfrentar, é preciso dizer que este momento é também ideal para quem precisa (ou pretende) operar na área de comércio exterior.

Até porque as empresas do setor exportador/importador têm necessidade premente de incrementar a produção para fazer frente ao enfraquecimento da atividade econômica provocado pelas medidas de contenção da pandemia. E não podem deixar passar esta oportunidade aberta pela questão cambial, em razão da desvalorização do real, que se tem dado muito mais pela queda dos juros estimulada pelo Banco Central do que outros fatores econômicos.

É certo que a magnitude e a velocidade do colapso da atividade econômica que se seguiram à pandemia constituem um episódio diferente de tudo o que ocorreu em nossas vidas, como observou a economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath, que reconhece ainda que “há uma incerteza substancial sobre o seu impacto na vida e nos empregos das pessoas”. E que não vemos uma evolução positiva que nos dê, a curto prazo, a esperança de uma solução para esse grave problema de saúde pública.

Apesar dos pesados investimentos em pesquisas que estão sendo feitos pelos governos no mundo inteiro, o fato é que, aparentemente, uma descoberta da vacina a curto prazo parece bastante difícil, o que nos obriga a criar, cada um a seu modo e possibilidades, as condições necessárias para sobreviver ainda por algum tempo nas condições restritas de vida determinadas pela pandemia.

Nesse contexto terrível, não há como evitar as consequências dessa dificílima situação. Por isso, a responsabilidade de empresariado brasileiro reveste-se de importância fundamental e os seus esforços devem ser redobrados, sem subterfúgios e desculpas, pois o momento é de enfrentamento com coragem, como bem se depreende daquela afirmação de John F. Kennedy, já que, lamentavelmente, no aspecto político, não podemos confiar numa administração que se tem pautado a té aqui pela irresponsabilidade no trato da coisa pública.

De qualquer maneira, não nos resta alternativa que não seja instar os atuais mandatários a que aproveitem a crise para fazer as reformas necessárias para que se crie no País um ambiente propício para investimentos em saneamento, infraestrutura logística, infraestrutura de gás e energia, construção de habitações de baixa renda e modernização do setor elétrico, entre outros, pois só assim será possível gerar renda e emprego. Resta saber, porém, se os atuais homens públicos estão à altura dos desafios que se desenha m num horizonte próximo. A resposta só o tempo dará.

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