A Companhia Vale do Rio Doce se aliou à produtora de carvão chinesa Yankuang Group e à comercializadora japonesa Itochu Corp. para abrir uma empresa mista que administrará a maior produtora de coque e metanol da China, informou ontem o jornal oficial Shanghai Daily.
A Vale terá 25% da nova companhia de capital misto. Outros 70% serão da Yankuang e os 5% restantes da Itochu. A sede ficará na província de Shandong, no leste da China, e terá capacidade para produzir 2 milhões de toneladas de coque e 200 mil toneladas de metanol por ano. A China é um dos países com maior dependência energética do carvão do mundo. O combustível é responsável por 70% da energia consumida na China.
A nova empresa usará os procedimentos comuns para a produção de coque, obtido da destilação do carvão em altos fornos hermeticamente fechados. O aquecimento do carvão produz sua decomposição, dando lugar ao coque e a uma série de compostos úteis para aplicações industriais, como o metanol.
A Vale é a maior produtora mundial de minério de ferro e de ferro semiprocessado, e produz a quarta parte de todo o ferro consumido pela China (250 milhões de toneladas).
NAVEGAÇÃO
A Vale do Rio Doce também está trabalhando em um acordo de cooperação na área de navegação com o sexto maior fabricante de aço da China, o Shougang Group. A idéia do acordo é reduzir os custos de transporte do minério de ferro e tornar o produto mais competitivo em relação aos concorrentes australianos.
O memorando de entendimentos também incluirá o estudo para a construção de plantas de minério de ferro e pelotas na China.
A Vale pretende desenvolver uma frota de pelo menos 10 navios 'Chinamax', capazes de carregar mais de 300 mil toneladas de minério de ferro cada um, para rotas entre Brasil e China.
Navios deste porte podem ajudar a reduzir os custos de embarque entre US$ 3 e US$ 5 por tonelada, o que ajudaria a Vale nos cada vez mais competitivos mercados asiáticos, disse José Carlos Martins, diretor-executivo de ferrosos da empresa.
'É como estar mais próximo dos clientes da Ásia', disse ele em entrevista na sua chegada a Pequim para a assinatura do acordo. 'A idéia é ter uma situação mais estável no mercado de frete, não uma situação como a de agora em que o preço era de US$ 15 a tonelada há três meses e agora é de US$ 35.'
A Vale busca maneiras de ajudar seus clientes a lidar com os custos de embarque para permanecer competitiva em relação às concorrentes australianas BHP Billinton e Rio Tinto, além da crescente produção chinesa. 'O que é diferente é que a CVRD costumava lavar suas mãos no frete. Não é mais desse jeito', disse Martins.
Fonte: O Estado de S.Paulo - 20/12/06