Cerca de 90 comunicados foram enviados às embaixadas estrangeiras em Brasília para tentar limpar a imagem do Rio. Segundo reproduziu ao Jornal do Brasil o bispo Dom Antônio Augusto, vice-presidente do Comitê Organizador da JMJ 2013, "a cidade está mais segura nos últimos anos". As providências foram tomadas depois da emissão pela Conferência dos Bispos da Alemanha de uma recomendação para que os católicos menores de idade não venham para a Jornada Mundial da Juventude, que terá sua 28ª edição em julho deste ano, no Rio, por causa da "insegurança da cidade".
"Só podemos lamentar este tipo de medo", diz Dom Antônio, que é bispo auxiliar de Dom Orani João Tempesta (arcebispo do Rio). "Recebemos esta informação de que a Alemanha pediu para os jovens não virem ao Rio há algumas semanas. Mas já emitimos comunicados às embaixadas para tentar evitar estas ausências", destaca.
Os EUA e a Europa também têm problemas. Problemas sociais e de segurança não são exclusividade do Brasil
No documento encaminhado, segundo Dom Antônio, constam informações sobre a redução dos índices criminais da cidade nos últimos anos, além de dados sobre transporte e atendimento de saúde.
"A atual política da Secretaria de Segurança tem mais viaturas nas ruas, conseguiu reduzir as taxas de violência, além de ter dado continuidade a trabalhos sociais de recuperação para a população", destaca, referindo-se à política adotada pelo secretário José Mariano Beltrame. "Os EUA e a Europa também têm seus problemas. Problemas sociais e de segurança não são exclusividade do Brasil, muito menos do Rio de Janeiro. Acontecem no mundo todo", defende.
A preocupação da Arquidiocese do Rio de Janeiro com a possibilidade de a Jornada Mundial deste ano ser afetada pela imagem de cidade violenta do Rio arrasta-se, pelo menos, desde o ano passado, logo que começaram os preparativos para o maior evento católico do mundo.
Em março, o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, foi convidado pela Arquidiocese do Rio para participar do Encontro Internacional dos Jovens Delegados das Confederações Episcopais e dos Movimentos e Novas Comunidades, em Roma. Na ocasião, o secretário explanou dados sobre a redução da criminalidade do Rio e falou também sobre o projeto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).
Oito meses depois da apresentação do secretário de Sérgio Cabral , um outro encontro foi realizado com assessores de Beltrame e o assunto tratado foi o mesmo do encontro anterior.
Sem a garantia de que os católicos de outros países estão convencidos da nuvem de segurança que paira sobre o Rio de Janeiro, o vice-presidente da JMJ 2013 apela: "Peço que os peregrinos de todos os lugares do mundo confiem mais nas informações passadas pela Arquidiocese para as embaixadas".
Segundo publicação da agência de notícias alemã KNA, a Conferência dos Bispos da Alemanha emitiu a recomendação para os jovens evitarem a JMJ, já que "no final das contas, eles (os bispos) são os responsáveis pelos menores de idade se acontecer alguma coisa".
Coordenador de Educação Religiosa da Juventude da Conferência alemã, Markus Hartmann, calcula que cerca de 2.500 jovens alemães devem vir ao Brasil para participar do evento. Em 2011, 16.500 foram para Madri. Em 2008, 6 mil viajaram para Sydney.
Fonte: Jornal do Brasil