O diretor executivo do portal T1 e da TVT1, José Augusto Valente, publicou artigo criticando a campanha da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) favorável à aprovação, sem mudanças, da Medida Provisória (MP) 595.
Além de publicar em jornais paulistas uma propaganda paga dizendo que "quem é contra a MP dos Portos é contra o Brasil", a Fiesp avisa que fará campanha na Câmara pela aprovação da Medida.
É importante ressaltar que a MP mexe apenas no custo portuário, que representa cerca de 8% do custo total da movimentação da carga para a indústria paulista, e não reduz os 45% correspondentes ao frete marítimo e 30% do transporte terrestre e 17% da burocracia, conforme o gráfico abaixo.
Dados: Verax Consultoria
Decomposição dos custos na exportação de um contêiner
de 20’ percorrendo uma distância terrestre no Brasil de 300 km
Leia o artigo a seguir:
A Fiesp publicou, em seu site, matéria com o título “Fiesp fará campanha para aprovar MP dos Portos na Câmara”.
Com todo o respeito, o texto mostra que a Fiesp parece não entender como funciona o sistema portuário brasileiro ou, pior, pretende defender interesses específicos de empreiteiras, armadores (donos dos navios) e grandes operadores portuários internacionais, que são os que têm a ganhar com a MP-595/12, caso esta não seja mudada radicalmente. Sem contar a contradição de que os interesses desses agentes vai na contramão dos interesses dos afiliados da Fiesp, como mostraremos mais à frente.
Seguindo o discurso desses futuros beneficiados, a Fiesp insiste na tese da ineficiência dos portos brasileiros. Como os produtos industriais somente utilizam os terminais de contêineres, imagino que o presidente Paulo Skaf esteja se referindo a eles.
Se Skaf conhecesse os principais terminais de contêineres brasileiros e seus indicadores operacionais, teria muita dificuldade de fundamentar esse juízo de valor. Ano a ano, esses terminais “ineficientes” batem recordes de movimentação total de contêineres, de movimentos/hora, de tempo de duração do embarque e redução de custos, entre outros indicadores importantes. Esses terminais contribuíram decisivamente para a corrente de comércio exterior do país crescer de US$ 100 bilhões, em 2002, para US$ 480 bilhões em 2011. Como fundamentar, então, a alegada ineficiência?
Outro argumento sem sentido é o de que os terminais são operados pelas mesmas concessionárias “há décadas”. Ué, qual o problema, se isso decorre de processo licitatório? Nunca vi a Fiesp fazendo essa mesma crítica para os operadores “de décadas” do sistema elétrico. Idem em relação aos operadores “de décadas” do sistema de telefonia. Menos ainda em relação à Globo, concessionária de TV há muitas décadas!
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