O grupo Odebrecht planeja investir cerca de US$ 20 bilhões nos próximos três anos globalmente, sendo a maior parte dessa quantia na América Latina, com um dos principais destinos sendo o Peru, disse o presidente da empresa, Marcelo Odebrecht, em entrevista à Reuters.
A Odebrecht é um dos maiores conglomerados latino-americanos, com negócios em construção, petroquímica, transporte, petróleo e gás em 20 países no mundo.
O executivo, que estava em Lima para uma reunião empresarial, disse que cerca de 85% do investimento será feito na América Latina. Do total planejado, "a organização está investindo neste ano cerca de US$ 7 bilhões", disse.
O grupo registrou receita total de US$ 43 bilhões no ano passado e tem o Peru como um dos principais focos fora do Brasil. Segundo o executivo, o país andino "tem uma perspectiva muito grande porque há muitas concessões e projetos de parcerias público-privadas".
O executivo disse que a empresa participará de uma licitação no segundo semestr convocada pelo governo do presidente peruano, Ollanta Humala, para construir um gasoduto no sul do país, obra que segundo cálculos oficiais demandará um investimento de US$ 1,8 bilhão.
"Vamos participar no gasoduto que tem muita sinergia com tudo o que fazemos no Peru", disse Odebrecht.
Com isso, a empresa voltará a fazer parte de um projeto de gasoduto, após não ter conseguido avançar com um plano de transporte de gás em uma rota similar no sul do Peru, devido a problemas de financiamento, segundo fontes do governo local.
"O governo ao fazer este processo de licitação pública, que permite a garantia com transparência, resolveu a questão do financiamento", afirmou Odebrecht.
Energia
Além do gasoduto de pelo menos 1.000 quilômetros, o governo peruano pretende desenvolver um complexo energético na costa do país com usinas térmicas de 1.700 a 2.000 megawatts, cruciais para abastecer a crescente demanda interna.
Ambos as usinas são importantes para atender a crescente demanda por energia no sul do Peru, onde empresas internacionais planejam investir bilhões de dólares em novas minas.
"Estamos olhando muito mais que um gasoduto, queremos um projeto integral, que considera todos os investimentos em gás, em petroquímica e termelétrica. Estamos falando de um projeto superior a US$ 15 bilhões", disse o presidente da empresa brasileira.
Odebrecht afirmou que com a construção do primeiro polo petroquímico na costa do Pacífico, a região poderá ser abastecida de produtos como polietileno. Segundo ele, uma unidade petroquímica no sul do Peru poderá produzir 1,2 milhão de toneladas de polietileno anualmente.
"Quando começamos a olhar este polo petroquímico, o mercado alvo era a Ásia, mas considerando os próximos cinco anos, Colômbia, Equador, Peru e Chile já são suficientes para absorver a produção", disse.
Fonte: Reuters