publicado originalmente pelo site do Diário do Litoral (SP)
Falta de agendamento (os veículos descem sem uma previsão de descarregarem, pois os armazéns precisam ser esvaziados para receberem novas remessas de grãos); pequena capacidade de armazenagem; e burocracia na liberação de documentação.
Este é o diagnóstico que a professora do curso de Logística da Unimonte, Thaís Helena Perciavali Telmo Rodrigues, faz do caos que se instalou nas rodovias da Baixada Santista por conta dos caminhões que se dirigem ao Porto de Santos. O DL Porto&Negócios tem publicado uma série de opiniões de especialistas e acadêmicos sobre o tema.
“No primeiro bimestre do ano, o Porto teve um movimento recorde de 15,5 milhões de toneladas, o que foi 15% maior que o mesmo período do ano passado. Há que se ter um controle de acesso que só permita descer a serra veículos previamente agendados. O novo acesso à Santos Dumont tem previsão de três meses para ser concluído, até lá, ainda vamos ter problemas com congestionamentos. Novos terminais estão se instalando e próximos de iniciar as operações, o que só irá piorar a situação, pois a infraestrutura de acesso não acompanhou estes projetos”, afirma a professora.
Thaís Perciavali credita isso a falta de planejamento. Ela cita como exemplo o Estado do Mato Grosso, que tem uma previsão de produção da safra da soja de 5 milhões e 700 mil toneladas.
“Alguns produtores estão até estocando soja em armazéns por não terem vendido toda a produção, porém a nossa capacidade é de somente 30% de armazenagem de grãos. Esta safra vai até o fim de abril e a do milho até maio. A produção agrícola tem crescido seguidamente e a infraestrutura de acesso não acompanhou o mesmo ritmo, não houve um planejamento. Já o açúcar bateu recorde de exportações em março, com quase 2 milhões de toneladas, e a tendência também é de crescimento para os próximos meses”, ressalta.