Domingo, 20 Julho 2025

O empresário Wendel Ferrari, 32, soube aproveitar o movimento crescente de brasileiros que viajam para exterior para lucrar. Ele encontrou uma forma de baratear o sonho de conhecer a Disney para turistas das classes A e B e até da nova classe média alugando casas para temporada em Orlando (EUA), cidade onde fica o parque temático. Em vez de pagarem altas diárias em hotéis, os viajantes economizam na estadia.

Segundo dados do Banco Central, os gastos dos brasileiros no exterior em 2012 foram os mais altos desde 1947, quando a informação começou a ser registrada no país. Só os turistas gastaram US$ 6,6 bilhões em despesas fora do Brasil.

A ideia de negócio surgiu da dificuldade de Ferrari para alugar uma casa em Orlando para passar sua lua-de-mel, em 2010. Ele não encontrou nenhum site em português que intermediasse o negócio. A solução foi utilizar um site em inglês e assumir os riscos da negociação.

Já nos Estados Unidos, o proprietário da casa alugada disse que, por conta dos efeitos da crise financeira na época, os imóveis estavam com preços reduzidos e era um momento favorável para fazer investimentos.

Depois de pesquisar, o empreendedor notou que comprar uma casa em Orlando envolvia menos burocracia do que imaginava. Além disso, o dólar estava em baixa, o que favorecia ainda mais o investimento.

Decidiu vender o sítio que tinha em em Sorocaba (a 99 km de São Paulo) para apostar na ideia. "Comprei uma casa de quatro dormitórios, mobiliada e com piscina por US$ 170 mil, o que em março de 2011, era algo em torno de R$ 285 mil", afirma. O pagamento foi feito à vista.

Para conseguir hóspedes para o imóvel, o empreendedor criou o site Temporada na Disney. De lá para cá, o negócio cresceu. O total de casas ofertadas subiu para 35 e, só em 2012, o faturamento da empresa chegou a R$ 650 mil. O site também ganhou um escritório em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, e emprega três funcionários.

Empresário queria vender casa nos EUA
O projeto inicial do empreendedor era ficar com a casa até ela se valorizar e, depois, vendê-la. No entanto, para manter os custos fixos do imóvel, Ferrari passou a alugar o espaço para famílias brasileiras que visitavam o parque da Disney.

Os pedidos de locação começaram a crescer. Foi aí que o empresário percebeu que poderia fazer disso um negócio. Ferrari firmou parcerias com outros brasileiros donos de casas em Orlando e imobiliárias norte-americanas para conseguir ofertar mais imóveis.

"Hoje, 90% das casas que alugamos são de proprietários brasileiros. Eles nos oferecem o imóvel por um preço e colocamos uma comissão sobre o valor para ofertarmos no site", declara.

Aluguel é mais vantajoso para grupos a partir de quatro pessoas
Os imóveis oferecidos pela empresa ficam todos dentro de condomínios residenciais e podem comportar de seis a 12 pessoas, dependendo da quantidade de dormitórios. As diárias variam de US$ 149, na baixa temporada, até US$ 295, na alta estação (em torno de R$ 300 a R$ 600 a diária).

"Os preços começam a ficar vantajosos para grupos a partir de quatro pessoas. Sai mais barato do que ficar em um hotel e o hóspede ainda conta com a ajuda de um funcionário [com a função de um caseiro] fluente em português para resolver qualquer problema", diz o empresário.

Os contratos de locação são 100% em português. De acordo com o empreendedor, todas as imobiliárias norte-americanas parceiras da empresa têm pelo menos um funcionário fluente em português capaz de entender os termos do contrato e assegurar o cumprimento do acordo.

Empresa tem de se adequar às leis dos EUA
Mesmo com o registro no Brasil, a Temporada na Disney tem de se adequar às leis norte-americanas para alugar imóveis. A empresa tem de repassar 13% do valor cobrado em cada contrato para o governo de lá.

Além disso, o imóvel deve conter cercas em volta da piscina, para impedir que crianças entrem na água sem autorização dos pais, e placas de "proibido fumar" no interior dos cômodos.

"Todas as casas são equipadas com sensores de fumaça. Quando acionado, um alarme dispara e a polícia vai ao local imediatamente. Pode parecer brincadeira para nós, mas é algo que eles levam muito a sério", declara Ferrari.

Fonte: Economia UOL

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