Segunda, 30 Junho 2025

Problema que vem crescendo em quase todos os setores da economia, a falta de mão de obra qualificada tem assustado também proprietários de meios de hospedagem da Capital. Segundo estudo realizado junto a funcionários e gestores do setor, pelo curso de hotelaria da Faculdade Senac Porto Alegre, a rotatividade entre camareiras, auxiliares de cozinha, garçons e recepcionistas dos 94 estabelecimentos do gênero em Porto Alegre é alta.

“O apagão na hotelaria é terrível”, diz o presidente do Sindicato dos Hotéis de Porto Alegre (SHPOA), Daniel Antoniolli. “Não se consegue reter por muito tempo os funcionários e é difícil preencher as vagas, cujos candidatos são totalmente despreparados – a problemática é enorme”, completa. De acordo com o dirigente, este cenário é o pior dos últimos 30 anos. 

O mesmo ocorre com a gastronomia. “Estou há 42 anos no mercado e nunca sofri tanta falta de mão de obra como nos últimos cinco anos”, concorda o presidente do Sindicato da Hotelaria e Gastronomia de Porto Alegre (Sindpoa), José de Jesus Santos. “Antigamente, se colocava uma plaquinha anunciando vaga para garçom na porta do restaurante, logo aparecia alguém interessado. Hoje em dia, a plaquinha fica lá por meses.” Santos observa que tanto a hotelaria quanto os restaurantes sempre foram setores que absorviam pessoas em condição de primeiro emprego. “Onde andam estes jovens?”, questiona.

Na opinião do coordenador do curso superior de Tecnologia em Hotelaria da Faculdade Senac Porto Alegre, Luiz Alonso Blanco, no caso dos meios de hospedagem, a resposta estaria nos baixos salários iniciais. Os profissionais que entram no ramo, quando qualificados, estariam optando por outros segmentos, como trabalhar em hospitais ou condomínios residenciais (nas áreas de segurança, recepção e limpeza), onde a remuneração é melhor. “Os jovens que se formam em hotelaria, falando inglês e espanhol, se decepcionam com o salário (entre R$ 900,00 a R$ 1,2 mil para recepcionistas). Então, eles se afastam e dão espaço para quem não tem capacitação”, avalia Blanco.

De acordo com o coordenador do curso do Senac, que desde 2006 formou 120 tecnólogos em Hotelaria, quem se capacita está no mercado. “Mas estas pessoas procuram (as pouquíssimas) empresas que pagam os 10% das taxas de serviços, por exemplo. Com este adicional, um salário de recepcionista vai a R$ 2 mil.” Nestes hotéis, garante Blanco, a rotatividade gira em torno de 10% a 15% dos funcionários, enquanto no restante, a troca de equipes chega a 100%.

Os dirigentes do setor acreditam que os motivos sejam outros. “O seguro desemprego e o bolsa família podem ser um empecilho no estímulo à busca por um lugar no mercado”, sugere Santos. “O ideal seria que as pessoas que recebem este benefício aproveitassem a oportunidade para se capacitar profissionalmente.” O presidente do Sindpoa diz que a formação específica é uma preocupação do setor, que apresentou (durante a época de campanha eleitoral) um documento com propostas aos candidatos a prefeito e vereadores, visando a melhorias para a infraestrutura, mão de obra, legislação e tributação dos segmentos atrelados ao turismo. “Entre as ideias, queremos incentivar o jovem que está na escola a se inserir no mercado de trabalho. O Sindipoa já oferece diversos cursos de qualificação para quem atua no ramo, agora estamos dispostos a oferecer formação (em gastronomia e hotelaria) para este pessoal.”

Segundo o dirigente, este curso está em fase de formatação, em vista de que atualmente há carência de 10 mil pessoas entre os oito mil hotéis e restaurantes filiados (calculando uma média de 15 funcionários por estabelecimento). Antoniolli complementa que se for preciso “estimular” o interesse de jovens com bolsas de estudos, o SHPOA está disposto a investir em capacitações com este benefício. Neste caso, um projeto ainda está sendo pensado, e contaria com parceria do Sindpoa.

Principais destinos gaúchos ganham estratégia de marketing promocional
A consolidação de novos destinos e a ampliação da presença da Capital e da Serra gaúcha no quadro de preferência dos visitantes estrangeiros são alguns dos destaques do Plano de Marketing desenvolvido pela Secretaria Estadual do Turismo (Setur). Com lançamento marcado para o dia 23 de novembro na 24º Festuris de Gramado, a estratégia é desenvolver a promoção e o fomento dos principais produtos, identificados pelo estudo encomendado junto à Fundação Getulio Vargas (FGV), para mapear as potencialidades do setor.

Juntas, as duas ações formam o Plano Diretor do Turismo para 2012-2015 e colaboram para a busca de materializar o Rio Grande do Sul em um novo patamar entre os principais receptores brasileiros para as emissões do Mercosul e da Europa. Apesar de ser considerado o estado que mais cresce em número de turistas internacionais, segundo o MTur, e ocupar a quarta colocação entre os que mais recebem feiras internacionais, o Rio Grande do Sul ainda tem muitos nichos a serem explorados, segundo a secretária de Turismo, Abgail Pereira.

“Nosso diferencial é sermos o estado mais meridional do País e um destino para todas as épocas do ano. Este será o nosso primeiro plano de marketing voltado ao setor. Nosso foco prioritário é fazer com que o turismo assuma o seu papel como um dos grandes vetores da economia gaúcha”, resume Abgail.

Neste contexto, ela destaca como um dos aspectos exclusivos da cultura a realização das festas populares - algumas com abrangência regional, mas outras com características nacionais como a Fenasoja e a Festa da Uva. “Este tipo de manifestação não existe em outros lugares e, em comum, possuem a característica de fomentarem a autoestima, a economia dos municípios e, sobretudo, são um elemento capaz de romper a sazonalidade”, avalia.  

Por isso, entre as ações para o lançamento do Plano de Marketing do Turismo está o de reunir, em Gramado, as rainhas e princesas das festas populares. Além disso, haverá um bate-papo com os blogueiros de turismo, considerados como um dos novos promotores de destinos e produtos.

No entanto, uma das principais ações será o famtur formado por operadores de viagens de nove países, entre eles Uruguai, Peru, Panamá, Colômbia e Chile. A ideia é promover uma caravana com os profissionais do trade internacional em algumas cidades da Serra gaúcha, antes da abertura oficial da feira. “Considero que o turismo gaúcho vive um bom momento. E isso justifica a adoção de uma postura ousada na construção de políticas de desenvolvimento e de relacionamento com os trades”, considera a secretária, ao chamar a atenção para a participação de representantes gaúchos em diversos eventos internacionais de negócios.

Fonte: Jornal do Comércio

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