Ao vencer com larga margem de vantagem a disputa pela Prefeitura de Santos (SP), o prefeito eleito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) disse que as diferenças com os adversários se encerraram no domingo e que trabalhará por uma cidade unida. "Aquilo que nos une é muito mais forte do que aquilo que nos separa". Ele considerou a vitória no primeiro turno "surpreendente".
Barbosa venceu com 57,91% dos votos válidos, resultado divulgado por volta das 23h40. Desbancou a ex-prefeita de Santos Telma de Souza (PT), que ficou com 16,64%, e o candidato da situação Sérgio Aquino (PMDB), com 11,70%, numa campanha em que serviu como para-raios de ataques ao governo do Estado.
Barbosa, de 33 anos, foi secretário estadual de Desenvolvimento Social e de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, além de deputado estadual duas vezes. "A população reconheceu minha trajetória de trabalho e as propostas", disse.
Segundo o tucano, as prioridades da gestão serão as áreas da saúde e educação. "Temos necessidades enormes na área da saúde, precisamos melhorar a qualidade da educação. E as obras de infraestrutura tão sonhadas pela Baixada vamos tirar do papel".
Saudado por correligionários, Barbosa chegou ao comitê às 22h20, ainda com a apuração em andamento. Ao longo da contagem dos votos, ele manteve o patamar sempre acima dos 50% de votos válidos nas três zonas eleitorais de Santos.
Ele vestia uma camiseta com a foto estampada do pai, o ex-prefeito Paulo Gomes Barbosa, já falecido, com a inscrição "Minha Inspiração". Ao longo da campanha, Barbosa foi alvejado por adversários pelo fato de o pai ter sido prefeito nomeado pela ditadura militar. Respondia aos ataques destacando que era o contexto da época e que o pai esteve envolvido com as lutas pela redemocratização.
Na coletiva de imprensa, o prefeito eleito disse que trabalhará especialmente para os que mais precisam. Santos é a 7ª economia do Estado, com um orçamento de quase R$ 1,6 bilhão.
Questionado em que pontos sua administração será diferente da atual - do prefeito João Paulo Papa (PMDB), que tentava fazer o sucessor, Sérgio Aquino -, respondeu: "Esse momento é de olhar para o futuro, não de avaliar administração. Tenho profundo respeito pelo prefeito Papa, que fez um bom trabalho". E afirmou que conta com Papa para o futuro. "Tenho plena convicção de que o apoio que prestei ao governo dele será prestado ao nosso", disse Barbosa, destacando que procurará o atual chefe do Executivo nesta semana para estabelecer os parâmetros da transição.
O ex-prefeito de Santos, Beto Mansur (PP), ficou em quinto, com 3,51%, atrás de Fábio Nunes (PSB), com 8,09%. Os outros quatro candidatos tiveram entre 0,25% e 1% dos votos válidos.
Fonte: Valor Econômico