O número de brasileiros que saem do país para estudar deve crescer 15% em relação ao ano passado, ultrapassando 240 mil, de acordo com estimativas do setor. O aumento do poder aquisitivo da população e a ascensão da classe C, que vê na maior facilidade de parcelamento uma oportunidade de conhecer outros lugares, explica a tendência do ponto de vista financeiro. Porém, a popularidade cada vez maior do intercâmbio vem de uma mudança no perfil de quem quer usar o passaporte.
“Fazer intercâmbio é uma forma de conhecer o mundo e investir na carreira ao mesmo tempo. Mais pessoas estão com essa consciência e por isso a procura está crescendo”, afirma Ana Beatriz Faulhaber, diretora da CP4 Cursos no Exterior. As vantagens são muitas. “Além de incrementar o currículo com o aperfeiçoamento do segundo idioma ou algum curso de capacitação na área em que atua, o intercambista ganha vivência internacional, se aprofunda na cultura do país de destino, conhece gente de todo o mundo e passeia bastante”, enumera Ana Beatriz, com experiência de mais de 20 anos em consultoria de educação internacional.
Devido a crise financeira, governos de outros países desejam receber mais estudantes brasileiros. Segundo Ana Beatriz Faulhaber, o governo americano é um dos que desejam dobrar o número de alunos vindos do Brasil em suas universidades. Atualmente, são cerca de 9 mil, mas o objetivo é chegar a 15 mil nos próximos três anos. Além da troca de conhecimentos e da melhora do relacionamento entre os dois países, outro bom motivo é o capital que as pessoas gastam quando estão fora. Segundo o Banco Central, nos primeiros sete meses deste ano, as despesas no exterior somaram US$ 12,71 bilhões.
De acordo com a executiva, os destinos mais procurados continuam sendo Canadá, EUA e Inglaterra, mas há outras opções interessantes. “A Suíça está sendo muito procurada por causa da tradição no ensino de hotelaria, a Argentina e África do Sul, pela possibilidade de trabalho voluntário, a Itália é o destino preferido de quem está aposentado e quer curtir a cultura e gastronomia”, diversifica.
Fonte: Jornal de Turismo