Quinta, 26 Junho 2025

Além de grandes companhias, como a L"Oréal, o mercado brasileiro de beleza também atrai empresas estrangeiras de menor porte. É o caso da Donna Bella, empresa de apliques para cabelo, e da M&M International, fabricante de produtos para escova progressiva criada nos Estados Unidos. A Donna Bella já assinou contrato com um importador e a M&M está negociando com duas empresas para começar a distribuir no país.

A Donna Bella foi fundada em 2003 pelo tenista americano Logan Woolley, que na época morava em Hong Kong. Fluente em cantonês e em mandarim, o atleta construiu uma rede de contatos com empresários chineses e começou a buscar produtos asiáticos para abastecer o mercado americano. Foi então que Woolley descobriu a tradição de fiéis que doam seus cabelos a templos religiosos, no Sul da Índia. O país é o maior exportador de cabelos do mundo. Woolley iniciou o negócio, que consiste em comprar cabelos de três templos indianos, enviar as mechas para tingimento na China e, por fim, distribuir os apliques nos EUA e em outros países.

Hoje a Donna Bella vende seus apliques de cabelos naturais, tingidos em 29 cores, nos Estados Unidos, na Austrália e em países da América Latina. Mas a empresa ainda não vendia para o segundo maior mercado de produtos para o cabelo do mundo, o Brasil. Em março deste ano, fechou contrato com um importador e contratou advogados e consultores. A empresa já abriu escritórios em São Paulo e Petrópolis (RJ) e planeja contratar uma equipe de vendas de cem pessoas em diferentes regiões do país, diz o presidente Derrick Porter. A empresa fatura US$ 22 milhões e espera vender R$ 5 milhões no Brasil em dois anos, segundo o executivo.

Apesar de ter sido criada por um casal de brasileiros, a M&M também é uma empresa americana. Os fundadores, Márcia e Marcelo Teixeira, ambos de 42 anos, se conheceram em 1991 nos Estados Unidos, onde moram há mais de vinte anos. Mineira de Governador Valadares, Márcia começou a fazer o produto que alisa os cabelos em casa, na cidade praiana de Boca Raton, na Flórida, onde muitos americanos têm casa de veraneio. "Os clientes começaram a falar sobre nosso produto em suas cidades e os cabeleireiros iam para a Flórida para aprenderem a usar", conta.

Márcia trabalha como cabeleireira desde os 12 anos de idade e emigrou para os Estados Unidos aos 18. "Era a época da hiperinflação", diz. Ela trabalhou como faxineira e mais tarde voltou a exercer sua primeira profissão. O sucesso do tratamento foi tanto que os dois viajaram para o Brasil para fazer pesquisas e testes e produziram os produtos com ajuda de químicos do Brasil e dos EUA.

Em 2005 começaram os primeiros testes e, em 2006, o casal já tinha um centro de treinamento, uma distribuidora e o primeiro pedido, de mil itens, produzido por uma fábrica terceirizada. "Acabou em uma semana", diz Marcelo. O segundo lote foi de 2,5 mil produtos. Desde então, o casal já investiu US$ 15 milhões no negócio.

Hoje a empresa fatura em torno de US$ 5 milhões. Os Estados Unidos são responsáveis por 50% do faturamento e a outra metade vem de outros países. "Queremos chegar a pelo menos US$ 8 milhões este ano", diz Marcia.

Os produtos de escova progressiva levam a marca Marcia Teixeira e já são vendidos em 50 países. Agora a empresa tem também a linha de cuidados com o cabelo Pérola e a linha de cremes para a pele La Jeunesse, com ingredientes de origem brasileira, como o babaçu e o buriti.
Os empresários participaram nesta semana da Beauty Fair, maior feira de cosméticos das Américas, que terminou ontem em São Paulo. Marcelo Teixeira decidiu ficar uma semana a mais do que o previsto para visitar duas importadoras interessadas em trazer os produtos da M&M para o Brasil. Derrick Porter vai ficar um mês e depois planeja visitar a operação a cada um mês e meio. O próximo passo, diz o executivo, é convencer a mulher, grávida do quarto filho, a se mudar para o Brasil.

Fonte: Valor Econômico

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